quinta-feira, 24 de julho de 2008

Solidão de órfã


Eu não preccisava ter ouvido nada disso que me foi dito nesta noite, nada disso. Eu sei que não sou o melhor exemplo de filha, sei que sou péssima em física e química não é muito o meu forte, mas eu nunca fui uma pedra no seu caminho e nem no caminho de ninguém, sua estúpida. (Com toda a sonoridade da palavra.) Disse diversas vezes que você não precisava se preocupar com meus passos e que eu era capaz de fazer isso ou aquilo sozinha, por que você sempre tem que me esvaziar por dentro? Por que você sempre tem que me dizer o que não precisa ser dito? Você poderia ter ficado em silêncio, eu não sou o que pareço ser. Também não sou uma garota ingênua vinda do interior para a cidade grande, eu sei me virar sozinha, me largue!
Eu gostaria de poder me desculpar por tudo, cheguei aqui com essa intenção. Mas me desculparia pelo que? Por viver a minha vida do jeito que eu quero por eu saber que é muito curta?
É isso o que lhe incomoda, a minha vida curta e bem mastigada. Eu poderia morrer agora mesmo e eu diria que morreria feliz, se você não tivesse cuspido toda a sua raiva e angústia em mim por um tempo interminável. Você sabe muito bem machucar alguém, você é a únicca pessoa no mundo que me machuca, que só em abrir a boca, me arranha as paredes cardíacas, me rasga os órgaos um a um. Eu não mereço sua fúria particular, não mereço seu desprezo, não mereço sua ignorância e também não faço questão do seu abraço e nem do seu sorriso, não mais.
Eu não vou me desculpar, por nada, por mais nada nessa vida porque vai parecer que eu estou errada. E viver a MINHA vida do jeito que eu quero, riscar o MEU corpo do jeito que eu acho bonito, não é errado e desde quando você disse que eu não lhe interessava, isso também passou a não ser mais da sua conta. Portanto, se era a minha humilhação ou o meu pedido de perdão que você estava esperando encontrar, pode ir embora e não me apareça mais por aqui. Mas agradeço, agradeço por ter-me criado tão mal e ter-me fortificado sem querer, você não criou uma cobra, mãe. Pára com isso.
Além do mais, você foi sempre muito egoísta e só me deu valor enquanto eu te dei prêmios, aqueles bons e velhos troféis feitos de plástico que eu ganhei na escola em concursos de poesia, que você deixava na mesa do seu escritório e era a única vez que você me considerava como filha. Mas que porra, eu não te pedi para nascer, então não coloque toda a droga de culpa em mim!
Eu parei de ganhar prêmios, mas não parei de ter umas qualidadezinhas, porra. Além do mais, eu nem precisaria ter, você deveria me amar por ser sua filha e por estar todas as noites vigiando o seu sono com medo de te perder para sempre. Mas que droga! Eu queria tanto odiar você! Cuspir nos seus pés, abrir a porta e ir embora sem nem dar chance para uma pergunta ou afirmação qualquer, sem dar chance para o medo me invadir e sussurrar no meu ouvido "Não vá.". Mas eu ainda tenho tanto medo de te perder, mesmo que eu morasse na Sibéria e você estivesse nesssa merda de cidade, eu ia te querer viva e feliz. Eu sou tão imbecil, e você é tão... hostil.
Por que você é assim? Por que você não pode ser como outras mães? Que querem ter suas filhas por perto e querem muito vê-las sorrindo?
Eu também quero ir embora, sabia? Não é só você que quer me ver longe daqui não!
Mas eu não quero morar com o papai, eu tenho medo dele. Ele tem uma índole falsa, traiçoeira, e eu sempre acho que ele também quer me ver morta.
Além do mais, tem coisas que por mais que você seja criança, você não esquece. E o meu passado está gravado aqui dentro minuto por minuto. Cada movimento, cada palavra, cada cor. E pode ter certeza, que a última vez que você disse que me amava, eu não tinha nem 1,30 m de altura.
E eu também lembro da expressão maldosa que ele tinha ao me olhar quando eu fingia que não estava olhando. Ele tinha um transtorno bipolar incrível, até hoje eu não consigo esquecer. Mas você nunca se importou mesmo, você nunca deu a mínima importância para isso, e é isso o que eu acho o máximo. O ápice da minha vida: A sua ausência, do início ao fim.
Eu quero muito não ter que passar dessa noite, quero muito poder deitar, dormir e nunca mais acordar.
Eu quero tanto isso que até me arrepia os pêlos.
E sabe o que é ruim nisso tudo? É saber que sou azarada o suficiente e sei que vou acordar de manhã e dar de cara com a sua cara de desprezo olhando para mim, me devorando por inteira e vomitando no chá das 5.
Como eu quero, mas como eu quero não passar dessa noite.
Eu sei que já superei coisas piores, já ouvi coisas mais fortes, mas... Porra. Eu não sou de ferro, uma hora ou outra eu tenho que escorregar e estou escorregando agora, e quero cair desta vez. É um desejo meu, cair e não me levantar mais, continuar ali, jogada naquele buraco, intacta, machucada, sangrando, mas quero ficar ali parada, padecendo... Sendo vítima das ruínas da minha alma, sendo cúmplice do silêncio da noite, do barulho do dia.
Quero ficar ali até meu coração não bater mais, até não precisar mais ouvir você recheando a minha cabeça com tantos "elogios" e cultura inútil. Quero ficar ali até morrer.
E eu quero que essa seja a minha última "carta" para você, quero não precisar lhe escrever nunca mais, por isso, grave cada palavra, cada hiato e paroxítona porque... Eu não quero mais voltar. Nunca mais. E farei possível o impossível, para não ter mais que ver seus olhos famintos me engolindo vorazmente sempre que seu estômago pedir.
Guarde, é a minha última carta.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Poderia ser interessante, mas se estragou.


E parecia ser um sábado qualquer, eu nem fazia questão de ver a sua cara. Estava cansada dos rapazes bonitos e fúteis, cansada ao extremo, e você me parecia ser um deles.
Não, me deixa ser mais clara, my boy. Você é um deles.
Mas, estranhamente perceptível, é de um jeito diferente.
O mesmo ar de superioridade, sendo que o resto é diferente, todo o resto é diferente dos demais.
Que raiva, que raiva por encontrar você.
E não quero nem aproximação, seus olhos que me chamam o tempo inteiro já estão quase a me ensurdecer. Não me canse, você também não.
Estou exausta, tudo o que quero é chegar em casa, jogar esses livros no chão do quarto, o casaco atrás da porta, tomar um banho gelado, um café bem quente e me jogar naquela cama macia que eu não sinto desde às 6 da manhã. Quero um programa interessante na tevê, quero ar-condicionado ligado, celular desligado, luz apagada, edredom, chuva lá fora, cigarro no criado-mudo, tempo, muito tempo. Quero todo o tempo que eu possa ter para ser feliz. Quero tudo o que me faça bem, menos você.
Não estou interessada na sua futilidade, de verdade, não me provoca, às vezes sou meio frágil.
Também não estou interessada no seu sorriso, é sério, não sorria, hoje eu estou um tanto frágil.
Também não demonstro interesse pela sua voz, sua simpatia e não quero nem lembrar do jeito que você tem de olhar, não me olha, vira para o outro lado, ás vezes eu fico um pouco frágil.
Você tem um jeito encantador, mas esse tipo não me encanta mais. Deve falar gírias o tempo inteiro, ou pelo menos metade de cada frase. Deve ouvir música ruim e sair brigando pela rua. Percebi a cicatriz no seu pulso, e ainda lembrei do seu convite, aquela estória de "entre quatro paredes". Oh, você seria tão incrível se não se estragasse tanto. De verdade.
Aliás, me deixa ser bem sincera, rapaz-descoberto-numa-noite-qualquer, você seria tão mais interessante se você não fosse tão fácil.
É, perdeu a graça, pode sorrir aos 4 ventos, nem te vejo mais neste pedaço de multidão.

O mundo sem você...


É mais sutil, mais... "mamão com açúcar". Hahahaha!
Eu não queria perder você por instante algum, então corria o tempo inteiro contra o vento para poder nos esbarrar sem querer e te oferecer uma bala, um cigarro. Coincidências não existem, existem?
Há um porém em tudo que me envole, que lhe envolve, que nos envolve. E perder você por mais de um instante significaria alguma coisa também, teria que significar. Significou.
Mas eu parei de correr, e finalmente pude respirar fundo, e ver o vento balançar as palmeiras para lá e para cá e fazer disso algo tão bonito, que só eu não percebia, por estar sempre com muita pressa.
Estou cansada da pressa, da direção que é sempre torta e eu que minto para mim mesma o tempo inteiro acreditando que estou no caminho certo, há uma sina me guiando.
Quem é você?
Eu consegui me largar de você, suas presas faziam minhas veias sagrarem, sua ausência esvaziava a minha casa e eu me escondia no armário, pois não conseguia mais desgrudar os olhos da porta que até hoje eu não descobri se eu tinha medo de que ela abrisse logo em seguida e você entrasse para continuar a minha vida sem açúcar e me fazer feliz no anonimato ou se ficaria fechada eternamente e eu poderia ser feliz como eu quisesse. É fato, cheguei a uma conclusão: Você me dá náuseas.
E dará náuseas em todas as pessoas que observarem o seu jeito de ser feliz, seu jeito de ser rude e seu jeito de ser mau-educado e infantil.
É, palhaço, você me faz rir.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Um abutre em extinção.


Passou o dia inteiro procurando um abrigo, um lugar para se esconder, um abraço qualquer. Encontrar, ela encontrou, mas não queria, tinha vergonha.
Passou a tarde inteira, se desmanchando em lágrimas, cada parte do corpo equivalia a um rio de amargura, cada minuto que passava só, era uma idéia que criava para sumir.
Ela estava enfraquecendo, aos poucos, ia se amontoando em cima de si mesma e ia afundando naquele chão de terra batida, ela estava morrendo e não sabia.
Queria ter forçar para se levantar e sair pelo mundo esbanjando risos e brincadeiras, como fazia de costume, mas não, desta vez não. Ela não podia mais.
Passou o dia inteiro procurando uma direção, um buraco para se enfiar e não sair mais de lá. Passou o dia inteiro querendo ir embora, mas sem saber onde ficar.
Se sentia um peixinho, nadando pela imensidão do mar.
Se sentia sozinha, sem um telefonema, sem alguém para chegar de repente e dizer que a ama e que a companhia dela é importante por demais. Não chegava há tempos.
E assim foi superando mais uma tarde, engolindo as palavras que ouvia, a ignorância que lhe presenteavam e o desprezo que lhe era entregue de badeja.
E no final do dia já estava aos cacos, jogada na cama, praticamente sem vida, apenas com dor.
Ela queria o vôo de um pássaro, um pássaro em extinção. Queria se proteger na sombra de suas asas, queria poder voar sem direção.
Então ela ligou pra ele, e lá estava o seu suporte. Acordando para levantar vôo, o abutre que a protegia o tempo inteiro, mesmo sem saber. Era tudo o que ela queria, ouvir a voz de alguém especial, e ouviu.
O amigo que chegou de repente, pediu uma cerveja e deitou em seu coração, ele era tudo o que ela precisava.
Alguém que a fizesse sentir bem, apenas isso. Que a fizesse rir, que contasse estórias interessantes, sobre o passado dele que é de longe magnífico.
E o chão começou a se formar por debaixo de seus pés, ela queria tudo e tudo estava ali, do outro lado da linha, dizendo que tudo ia ficar bem.
Ela queria alguém e o alguém estava ali, do outro lado da cidade dizendo que já tinha passado por isso também e que tudo ia dar certo, dizendo que ainda não tinha acabado e que daqui há 10 anos ela ia ver que tudo isso valeu a pena.
Ela quer que daqui há 10 anos ela esteja rindo desta situação e se ela ainda estiver inteira, se ela estiver viva e com cada órgão e sentimento no lugar, ela deve grande parte a ele, que acreditou que ela conseguiria.
Ela mandou dizer que estaria sentindo o mesmo vazio se não fosse por esse cara, mandou agradecer a ele por todos os momentos incríveis e as palavras de conforto que ele lhe deu e pelos conselhos que ela nunca ganhou, pela atenção que ele lhe deu e pela confiança que ela aprendeu a depositar nele. Por tudo o que ele já disse à ela e que ela nunca havia ouvido de ninguém. E finalmente, ela havia se sentido alguém, depois de uma tarde tão angustiante.

Allyson. (LLLLL)





P.S.: Ela te ama. :*

Cruzando meus segredos


Então, tudo o que você quer é ir embora. Exatamente, deixar tudo para trás e partir com pressa para o mundo, sem data para voltar. Quer sumir completamente. Você quer apoiar em algo, quer o ombro que tinha anos atrás, quer o carinho que recebia meses atrás, mas você está sozinho novamente, como tempos atrás. Eu sei como você se sente, eu também já me senti assim. Já peguei papel e caneta para escrever “Miss Mag, fui embora. Desculpa e obrigada por tudo. P.S.: Eu te amo.” Mas não deu certo.
A rebeldia de adolescente me fez rir e acabei amassando o bilhete de despedida e jogando na lata do lixo, mas a vontade permaneceu e até hoje mora aqui dentro. E fica me chamando o tempo inteiro para fugir, eu já disse que não vou, mas ela insiste.
Assumo que às vezes eu não me encontro em mim mesma e me preparo para ir embora para sempre, mas nunca vou, e eu não sei o que me prende por aqui de verdade.
Eu só queria que isso tudo valesse a pena, queria que cada lágrima, cada grito, cada silêncio, cada moinho de vento tirando a minha paciência do lugar servisse para algo no futuro, mas eu sei que não servirá para porra nenhuma. Tudo só resolveu aparecer para infernizar a minha vida e se divertir as minhas custas. Espero que estejam às gargalhadas, sem mais ar nos pulmões e que isso seja permanente, para que eu nunca mais ouça um miado sequer.
Eu estou tão cansada.
Estou tão cansada de todas essa coisas, e de todas essas pessoas e de todas essas palavras que ecoam no meu ouvido e as músicas que não param de tilintar enquanto eu tento dormir. Estou cansada, definitivamente, da vida em si. De tudo o que a compõe, dos jardins, das alegrias, das lágrimas, das dores, das aflições, das discussões, das perdas, dos ganhos, dos ciúmes, das manias, do amor, do suor, do calor, das estradas, das saudades, das saudades novamente.
Estou cansada de todas as coisas que me rodearam o tempo inteiro e de todas aquelas que eu tanto quis me livrar e não me largaram um instante sequer. Eu não quero mais nada disso pra mim. Não quero mais ninguém gritando no me ouvido, nem quero mais levar a culpa por tentar ajudar alguém, nem quero mais olhares esquisitos, nem vozes no meu subconsciente me dizendo o que eu tenho e o que eu não tenho que fazer. Eu quero cantar, deitar num lugar macio e escuro e cantar, pra uma multidão imaginária, onde todos cantariam o refrão comigo, eu sorriria feliz, olharia para cada um e morreria em paz. E enquanto eu estivesse caída no palco, não queria ninguém me olhando estranho novamente, queria que todos continuassem a cantar, como se nada houvesse acontecido.
Eu estou tão cansada.
Cansada a ponto de não suportar mais esperar telefonemas, nem esperar que me amem como eu os amo, nem esperar aquele apoio moral, aquele carinho esperado e nem nada, não quero mais esperar por nada, estou cansada de esperar.
Eu só quero um instante de paz, um instante só e depois disso pode me carregar para a eternidade, que com certeza irei feliz. Não quero mais que ninguém me faça sofrer.
Eu estou cansada.
De destruir tudo, todas as coisas que eu batalhei tanto para conseguir e de repente, sem mais nem menos, eu faço o favor de pegar tudo isso, amontoar, pegar com carinho novamente e jogar tudo Everest abaixo, destruindo tudo. Todos os amores que deveriam ser inquebráveis e acabaram se espatifando na primeira fração de segundo da queda.
E de repente chega você, exatamente assim, sem mais e nem menos. Cruzando os meus segredos que podem não ser tão secretos assim, mas ainda são meus e eu quero mantê-los aqui dentro pelo tempo que EU quiser manter, e não pelo tempo que deve ser mantido.
Você não é o único no mundo que olha para os lados e procura uma saída e não encontra, há milhões de pessoas iguais a você e nem por isso saem por aí afligindo outras pessoas que estão em paz.
Quando se está triste e quando não sabe o que falar, é melhor ficar calado. Algumas palavras podem ofender outras pessoas e a gente não sabe.
Desculpa, desculpa ser quem sou, mas eu gosto de ser assim e não vou mudar. Eu sei como é isso, eu já passei por isso também.
Acontece que eu já estou cansada de ver tanta gente precisando de alguém, eu me sentir alguém e não poder fazer nada, que é quando eu deveria me sentir ninguém e me jogar na amargura, mas eu caio nela sem nem precisar parar para prestar atenção no que eu sinto.
Ai ai, a amargura. Que me desce pelos poros e alimenta meu sadismo, minha vontade de sofrer só por mais um instante. Por isso me mantenho viva, mas o sadismo também está me cansando.
Desculpa se eu machuquei alguém, desculpa se nem esse texto todo está dando certo, vai ver você não se importa como todos os demais, desculpa se eu não sou exatamente aquilo que um ou outro produziram em seus subconscientes, não foi a minha intenção decepcionar ninguém, com nada.
Não foi minha intenção confundir ninguém, nem fazer ninguém chorar e nem muito menos se sentir pequeno, eu deveria estar tentando ajudar, mas com certeza, eu só atrapalhei.
E eu estou cansada disso também.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Os opostos se atraem. (?)


Você está viciado nela, não pára de falar nela. Seus desenhos são direcionado à ela, suas músicas são músicas dela.
O que você tem na cabeça? Ela nem atendeu seus telefonemas, nem sequer te responde uma das milhares, milhões de cartas que você passou a madrugada inteira escrevendo e passando a limpo,enchendo a barriga de café e com um sorriso bobo estampado no rosto.
O que você tem na cabeça? Ou será que “O que você tem no coração?” se encaixaria melhor nesse contexto?
Ela passa as tardes lendo, aqueles livros que os Ombros Largos, digo, Platão escreveu sobre Sócrates. E lê também os livros dos escritores mais famosos que fizeram parte da semana da Arte Moderna em São Paulo, em 1922, ano que você ainda se banhava e dormia no saco do seu pai. Ela sabe tudo sobre a galáxia e a Revolução Francesa, e você?
Bem, você me fez careta quando eu falei “Sócrates”, nem deve saber quem ele é, deve estar achando que é marca importada de cerveja.
O amor é estranho, e esqueci de te avisar que é esse o nome que se dá para o que você está sentindo... Amor. Para o frio na barriga, a garganta seca, a timidez repentina que você sente quando ela chega, e para o vazio que fica quando ela sai. Ela sai e te leva por inteiro.
Você a quer o tempo inteiro e quando ela está você não a perde de vista, ela é contagiosa?
No último ano você era viciado em cigarros e videogame, mas acho que essa garota conseguiu te deixar um pouco mais dependente. Ela é tipo, tipo... Tipo aquele doce que a sua avó faz e que você quer um pote inteiro para levar para casa e poder alimentar aquele vício por toda a semana, até reencontrá-la. Não, me deixe ser mais claro, ela é tipo, tipo... Tipo uma dose alucinógena, de Heroína, isso... Heroína. Viciosa.
Ela deveria usar uma tarja preta para que otários como você não a vissem na vitrine e quisessem levar todo o estoque, chegariam com mais calma, tomariam por doses.
Eu vejo quando você se perde nos risos dela, e na voz bonita que ela tem, eu também me perderia se eu tivesse um coração tão vulnerável quanto o seu.
Só tenha cuidado, meu amigo. As pessoas são estranhas, as mulheres principalmente. Enquanto umas são egoístas, outras são traiçoeiras, como gatos. Fora isso, podem ser frias, ou levianas, e as que podem finalmente amar você, você não vai querer.
Mas com essa é diferente.
Eu vejo suas mãos incontroladas, loucas para acariciar as curvas mais perfeitas que as da estrada de Santos da música de Roberto Carlos.
Ela é magnífica, seu coração acertou em cheio dessa vez. E vocês são tão diferentes, que se torna inacreditável. Como, onde, porque você se atraiu tanto por ela?
Se ela ouve Bella Lugosi’s Dead e você ouve Quase sem querer?
Se enquanto ela adora Rapel, você morre de medo de altura? Se ela passa o dia fumando Marlboro e tomando xícaras e xícaras de café, você passa o dia fumando Free e tomando xícaras e xícaras de desejos. Você me mata de vergonha.
Vocês não se encaixam, é um Tetris com todas as regras distorcidas e que você ainda consegue sair ganhando todas as partidas. Você sempre foi assim, sempre deu jeito para tudo. Mas ela passa a tarde cantando e dançando aquele velho chorinho e você passa a tarde dormindo, nem sequer pra tocar violão. Brigam o tempo inteiro, discutem o tempo inteiro. Como podem ser tão dispensáveis na vida de alguém?
Pouco se encontram e sentam bem coladinhos, no fim da noite já está um em cada extremo. Estranhos, vocês são dois loucos estranhos. Dois apaixonados. Mas não se valorizam, não vêem no outro o que devem ver, de fato. Deveriam se abraçar, mas não! Só brigam e brigam novamente! E no final da noite, um está morrendo de rir e o outro morrendo de ódio, rindo também. Mas, espera aí, meu amigo. Você ainda não percebeu? Porra, vocês devem se amar, tem outra explicação?
Eu vi o jeito que ela te olhava. Seus olhos chegavam a brilhar quando ela te via sorrir, e como ela sempre dava um jeito de se aproximar de você também não escapou da minha atenção. Por que ela se mostra sempre tão fria se sabe que você fica com o coração na mão?
Os detalhes são fundamentais, não sei porque você ainda ousa reclamar de algo na vida.
Ela é linda.
Não se encaixa no seu padrão, ela é a mulher que você nunca procurou, mas é a perfeita para você.
Imprevisível, bonita, incrível, faz uma lasanha magnífica e o melhor, me parece ser boa de cama.
Ops.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Txãrã.

E então, eu que estive em silêncio por tanto tempo... Em quem você acha que doeu mais?

No mais, isso passa.




P.S.: Eu te amo.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Cupidinhu.

Amor que me desperta toda manhã,
abrindo os olhos dos que não querem enxergar
Desperta também a minha coragem vã
E sacia a minha sede sem fim de amar.

E os anjos caídos levantaram mais uma vez
Subiram aos céus, todos armados
Deitaram numa nuvem e flecharam em mim a morbidez
Roubada do seu coração calado.

E um dia tudo isso fará sentido algum
Ou algum disso tudo fará todo sentido, ou nenhum
Um dia quando nascermos novamente e nos encontrarmos em outra vida, repleta de paz.

E nessa vida eu quero ser anjo
Quero ser anjo armado também
Para atirar em todos aqueles que atiraram Amor em tantos alguém’s.



segunda-feira, 7 de julho de 2008

B-day Tenório.


Hoje é aniversário do Bruno Tenório!
Eu gostaria de lhe contar alguma novidade, mas não dá. Já lhe disse tudo o que deveria dizer.
Gostaria de lhe abraçar e não largar por uns 10 minutos, mas também não dá. Estamos separados por uma imensa estrada de terra, que parece que nunca mais vai se acabar e que a gente vai se perder.
Eu gostaria de dizer que te amo, mas seria tão clichê.
Pois eu te amo, e o clichê também pode ser verdadeiro, não pode?
Pode.
Cá estou eu, arrumando uma maneira simples de dizer que você
faz parte de mim e de um pedaço do que eu sou. Faz parte da minha paz, do meu amor pessoal.
Eu te amo, pela milésima vez.
E eu quero que você volte, porque a saudade já está me sufocando e me dizendo que está na hora de dormir.
Logo você que é meu refúgio, que é meu amor, minha proteção.
Acabou por ir pra longe, mas vai voltar, e isso me conforta, me fortalece.
Portanto, meus parabéns. Que você encontre um caminho de paz, luz, conforto e possa seguir por ele.
Que a saúde não lhe abandone, que a prosperidade invada o seu lar e blá blá blá.
Eu te amo, parabéns.
É isso.

sábado, 5 de julho de 2008

Look behind.


Então eu olhei para trás, e veja só, meu amor, quanto tempo eu usei com coisas inúteis.
Não que tenham sido em vão por completo, mas eu poderia ter tentado outras coisas.
Sabe, quando dizem que a vida é curta, nós achamos que é ladainha, achamos que não serve para nada. Mas passe uma tarde inteira sem fazer nada e à noite você vai pensar no que poderia ter feito.
Mas eu não vou mais perder tempo, farei o que achar que deve ser feito.
E olhar para trás e me areepender de ter feito ou deixado de ter feito algo em minha vida... Nunca mais.
Nunca mais.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Tadeuzinho.


Em 3 de julho de 1985, você nasceu.
E em meados de setembro de 2008, eu lhe conheci.
Se eu soubesse o quanto você é magnífico, teria feito algo para ter-lhe conhecido mais cedo, assim sentiria mais a sua falta e lhe abraçaria mais, lhe beijaria mais.
Às vezes eu passo um dia inteiro com várias pessoas e não é o suficiente, e um minuto com você já altera o meu estado de espírito, altera para melhor.
Você me faz bem, meu bem.
Você me faz um bem que você não imagina.
Eu queria poder lhe ver todos os dias, o dia inteiro, eu nunca ia cansar de você, nunca ia cansar da sua implicância e o seu sorriso, ah... o seu sorriso! Este seria um passaporte para o paraíso, o meu passaporte carimbado.
Com o tempo, eu aprendi a ver com perfeição os seus defeitos. Defeitos esses que em você são efeitos, efeitos incomparáveis, imutáveis.
Eu queria que você nunca fosse embora, trocaria a eternidade por uma vida comum ao seu lado, ou perto de você. Ouvindo a sua voz, suas reclamações, ouvindo o seu silêncio ao dormir.
E se me abandonassem num mundo, e me dessem um convite individual para dar para alguém, você seria o tal alguém. Porque eu não canso de você, do seu cheiro, do seu toque, da sua presença.
Eu não canso de não cansar de você, não canso das suas brincadeiras, não canso de você. Nem por um instante, nem por um segundo marcado no relógio aqui da sala.
Eu amo você.
Eu sei que nunca lhe disse isso, sei que nem tão cedo vou dizer.
Mas eu precisava dizer para alguém, então por que não escrever?
Eu amo você. E você não sabe a imensidão do vazio que fica quando você sai, não sabe o medo sufocante que eu tenho de lhe perder. Como já perdi, perdi sem nunca ter.
E, por favor, não me leve a mal.
Eu sou só uma adolescente desestruturada, sem tempo para parar e pensar na vida por estar ocupada demais pensando em você. Sou só uma menina que vê você além do que as outras vêem.
E eu tenho que manter aqui dentro uma tristeza que ninguém vê, ninguém pode ver. E esperar você voltar, e esperar você largar de tantos braços frios e falsos que lhe abraçam e pensam em outras pessoas, pensam em outros amores e nunca em você.
Às vezes você é tão cego, e deixa a hipocrisia alheia respirar o mesmo ar que você. Por quê?
Tun... tun... tun... Lhe desejo a felicidade do mundo, lhe desejo o mar de coisas boas e essas coisas que as pessoas desejam nos aniversários. E desejo também você não mais me doer.
Mas enfim, deixa doer. Se isso tudo não me doesse, não teria graça.


Parabéns, meu bebê.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Amor intocável.

Os beijos pareciam nunca acabar, mesmo que durassem alguns poucos segundos.
E o frio, o frio estava atravessando os fios de lã do casaco bonito que ele usava, mas o sorriso era sempre intacto, estava sempre ali.
Ele falava com uma naturalidade que nem parecia que estava dando tudo errado até então, o sorriso dele iluminava o ambiente pardo, a voz dele se destacava em todo aquele barulho e ele nem precisava gritar.
Uma doçura, e esperança salva ainda habitavam o olhar dela.
Uma carência e cansaço expeliam dos olhos dele, e ela segurava-lhe as mãos, dizendo que estava tudo bem e que ele ia ficar bem também. Dizia que tudo ia dar certo, e ela sempre tinha tanta certeza de certas coisas, e tanta razão.
Como lhe doía vê-lo ali deitado, morrendo de frio, de dor, e ela se sentia tão inútil por não poder fazer nada além de lhe segurar as mãos.
Ela o amava, amava a ponto de mentir e baixar a cabeça. Era um amor como de novela, que caminhava para o lado errado, mas que se dependesse dos dois, daria certo. Como todos os outros.
Mas ela era orgulhosa demais, e ele não sentia nada.
Amar sozinha dói, e essa dor ela não queria novamente.
Então continuou ali, lhe segurando a mão, fazendo carinho e fingindo que pra ela, ele era só um amigo.
E na amizade também há amor, ou não?