terça-feira, 23 de novembro de 2010

Nem nada e nem ninguém.
Francisco, Francisco, Francisco. Não lhe trocaria.
Às vezes estamos tão vazios e amargurados, que escrevemos apenas o que querem ler, mas nunca sem sentimentos.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Quando ele era mais negrinho, mais magrinho, sem grana no bolso e com cabelo carapinha as cocotinhas não davam a menor atenção. Só aquela otária que amava sem fronteiras, sem fronteiras.



Agora tudo mudou, e ela continua além das fronteiras.


  Eu tenho vontade de quando alguém me perguntar “o que você faz?” eu responder “ah, eu sou escritora”.



Sem adjetivos para “escritora”, apenas escritora.


" Enquanto você dorme com uma camiseta cheirosa e é, posso dizer com certeza, a pessoa mais bonita que eu já vi numa cama desarrumada."

Ele e seu sorriso, e seu olhar, e seu tocar e...

  Ele chegava, falava qualquer bobagem e Rachel se derretia de amores e sorria para que ele prestasse atenção nela. Ele não a via, ela não ligava, então ele não a via, ela o amava, ele não a via e ela sofria. Cada dia um pouco mais, cada dia muito mais.

  Ela, na verdade, era uma santa puta, passava as noites sonhando em noites de sexo amor com o dito cujo e amava como recompensa.



  Lisa, uma outra garota. Sem escrúpulos, sem metas, sem vontades, nem desejos (além dele), normalmente ficava lá do outro lado olhando a cena e xingando Rachel por pensamento, pensava em como ela poderia ser tão Mané e como poderia ser tão ousada e tão apaixonada por alguém que nunca havia se apaixonado por ninguém.


  Na verdade Lisa morria de amores pelo moreno desde que se entendia por gente, morria de amores e fingia não morrer, fingia não amar, mas quando a noite chegava lá estava seu travesseiro molhado, suado, sofrendo com ela outra vez.


- Mas como poderia alguém se apaixonar logo por ele? Quase não tem qualidades, nem responsabilidades e também não tem graça. Não sei por que estar a sorrir das bobagens que ele se atreve a dizer, ela só o faz se sentir cada vez maior, cada vez melhor. Cretinas.


  Lisa nunca deixara de ser tão amargurada, resmungava antes mesmo de aprender a falar, não gostava na roupinha nova, dos sapatinhos de cristal e nem da chupeta que ganhara da vovó. Criancinha nojentinha, por isso que quando cresceu ficou assim. A mãe sempre fez seus gostinhos e a ensinou a ser tão nojentinha e ousada e exibida. Depois as mães reclamam porque algumas filhas viram putas.


  Mas ele não se importava com isso não, ele queria mais, quanto mais, melhor. Maldito, como poderia ser tão charmoso e ser tão amável, valer o mundo inteirinho e não valer nada ao mesmo tempo? E como poderia conquistar tanto sem fazer nada que realmente prestasse?


  As garotas se matavam com os olhares enquanto ele não dava a menor importância e era assim que conquistava.


  Elas morriam, todas elas morriam no olhar. E ele lá, sempre lindo. Sempre sorrindo. Sabe-se lá de que ele tanto sorria, mas sorria, e parecia que quanto mais sorria mais radiante ficava o ambiente. E eu por perto, acabara de chegar, explodindo de amores e evitando falar com medo de que quando abrisse a boca saíssem vários corações em forma de balão como acontece nos desenhos animados. Sorri para ele, mas ele me abraçou e foi aí que eu não pude me conter, abracei de volta. Meus olhos devem ter enchido de brilho e minha boca não conseguia mais mexer, que se há para dizer? Calei, mesmo ainda calada.


  Perguntou como andavam as coisas, queria na verdade saber como estava a minha vida sem ele, sabendo que estava a mesma coisa por nunca ter conseguido tê-lo, mas quem se importava? Ele não se importava, então do que valia? De muito, na verdade, mas eu só via isso quando saía do meu estado de transe.


  Puxou um pouco de conversa, eu tentei falar um pouco para não transparecer minha paixão, então ele fingiu que não via minha alma saindo de dentro de mim por não caber mais em meu corpo e meu coração querendo explodir e palpitando minhas pálpebras e, bem, eu fingia que meu curso de teatro tinha dado certo.


  Rachel o queria muito mais que Lisa, e Lisa o queria muito mais que a outra que ainda não entrou na história, e eu o queria muito mais que qualquer uma que pudesse o querer. E mentia como qualquer um que tivesse algo a perder.


  No fim de tudo, quando eu estava preparando minha poltrona para assistir as duas garotinhas apaixonadas disputando o amor do moreno sem alma, chegou A outra.


  A outra que havia se apaixonado pelo moreno tal quais todas as demais, a outra que fingia que não queria, que fingia que não queria dar para ele e que fingia mais ainda que não passava a noite inteira sonhando com eles e acordava de mal humor por não tê-lo dormindo no lado esquerdo da cama. Fingia, mas você sabe, mulheres, quando amam expulsam amor por todos os orifícios. Enquanto eu expulsava por todos os poros.


  E dessa vez eu peguei a pipoca, afinal, seriam 3 para uma vaga, uma vaga que não será nunca preenchida.


  E enquanto fingia não me importar com um cigarro em uma mão e umas doses de tequila na outra, virando sem parar, tentando matar afogado o que doía tão forte dentro de mim, eu morria de medo. Eu tinha um medo imenso que só fazia crescer e me sufocar. Dentro de mim só existia amor e medo.


  E eu queria que parasse de sufocar, que parasse de roubar meu fôlego e que me deixasse respirar, mas ele ali, eu tão longe, como podia machucar tanto? Ele lá e eu aqui, nós, ele, eu, juntos, aqui, separados, lá, tão perto, tão longe... Cabum!


  Ah, meu amor, você é meu! Foda-se sua arrogância, aposto que não é maior que a minha e também não se preocupe com seu coração vazio, com toda essa falta de amor, o meu dá para nós dois e ainda resta (só por garantia). Meu amor, meu menininho. Você é o meu menininho e que não se atrevam! Não se atrevam a tirar você de mim!


Não, não disse isso a ele, mas que deu vontade, deu!






"Ele grunhiu. Talvez fosse um sorriso, não sei."

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Cada vez mais distante do chão.


(foto de Orlando Pedroso)
Para algumas pessoas parece ser tão fácil mentir.
Cara, esta mulher está te pondo um par de chifres.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

RÁ!! O Pancho vai voltar!
"I have found the whore in you, why can't I tell you no? "
Mãe, me dá um cachorro? Essa humanidade me mata de vergonha.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Ela entrou no carro com os olhos amarelados e os lábios roxos, bem roxos. As mãos tremiam como se morresse de frio, mas era 1 hora da tarde na cidade de Maceió. Havia emagrecido um pouco, mas em algum pouco tempo. A pressão baixou, pensei que não tinha nem almoçado. Na verdade acabara de almoçar e de vomitar, precisava de um médico.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Dance of days

''E por mais que passem os anos
eu continuo o mesmo garoto
que você um dia amou tanto."