quarta-feira, 29 de julho de 2009

A vida está corrida e eu tenho que transformar dois minutos em meia hora, a princípio.
Melhor seria se esse tempo todo ocupasse outros sufocos e os resolvesse, ocupasse outros minutos, outras meias horas que eu esperei por tanta coisa, tanta gente e até hoje espero sem perceber.
Tanta gente, nem foram tantas assim, mas com todo esse peso parece que foi o mundo inteiro. As meias horas de relógio que atrasaram a minha vida, tiraram meu sono para me fazer criar coragem. Depois das noites mal dormidas não tinha medo que e é lá que eu quero chegar, e eu vou.
A vida está confusa e nessa idade é perigoso ficar parado. Tem que fazer corre, tudo nas carreiras e quando o nariz começar a sangrar é porque a hora de parar com isso já passou faz dois minutos. Então senta, olha o mundo pulando ao seu redor e a sua vida se resumindo a pó. Tem quem cheire, tem quem cheire essa droga.
Minha alma intacta de volta, por favor. De tão limpa e pura para esse vestígio de adubo. Perdoem, perdoem. Hoje eu estou meio assim mesmo, arrogante, máscula, sem saber direito como falar.

domingo, 19 de julho de 2009

Poema: Te olho nos olhos - Ana Carolina.

"Te olho nos olhos e você reclama que te olho muito profundamente.
Desculpa, tudo que vivi foi profundamente.
Eu te ensinei quem sou e você foi me tirando os espaços entre os abraços,
Guarda-me apenas uma fresta.
Eu que sempre fui livre, não importava o que os outros dissessem.
Até onde posso ir para te resgatar?
Reclama de mim, como se houvesse a possibilidade de me inventar de novo.
Desculpa... Se te olho profundamente, rente à pele.
A ponto de ver seus ancestrais nos seus traços.
A ponto de ver a estrada muito antes dos seus passos.
Eu não vou separar as minhas vitórias dos meus fracassos!
Eu não vou renunciar a mim nenhuma parte, nenhum pedaço do meu ser
Vibrante, errante, sujo, livre, quente.
Eu quero estar viva e permanecer
Te olhando profundamente."