quinta-feira, 30 de setembro de 2010

A essa altura do campeonato, um cigarro só e uma dose dessa não me são suficientes. - Nunca são suficientes.
Ele é o carinha que mora bem ali.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Anota teu endereço, aqui no papelzinho

(Imagem por Orlando Pedroso)
Chegou sem me dar boa noite, passou por mim como quem nunca me viu e depois falou comigo como se eu fosse o amor mais lindo que você já havia encontrado. Depois foi embora sem me dar nem um abraço, nem dizer para onde ia ou que seu telefone já está funcionando. Desapareceu. Perguntei por você, mas ninguém sabia dizer. Procurei por aí e não te encontrei, e olhe que você adorava andar por aí. Procurei na minha sala, no mundo on line, na agenda telefônica, nas ruas sem saída, nas casas com portão marrom com duas cadeirinhas brancas na varanda. Te procurei nos desenhos, pinturas, nas músicas mais bonitas que tocavam. Nos gols do teu time, no teu sorriso maroto e no teu olhar cabisbaixo que já nem estavam ali, mas procurei, de alguma maneira qualquer eu procurei. E só encontrei um pouquinho de você aqui dentro do meu peito, gritando tão baixo que eu mal podia ouvir. Encontrei o que restava de você e quando segurei nas mãos você escorregou aos pouquinhos, bem pouquinhos. Aí eu sumi de você. É verdade, sumi, na verdade eu cansei de te procurar e não te encontrar em canto algum e resolvi sumir de você para te dar uma boa lição e acabei gostando disso de cada um em seu lugar. Sumi. Não dei satisfação, não dei adeus, para quê? Esses dias eu só queria te ver para te dizer que eu sinto (ou sentia) muito a tua falta, mas que agora eu já arrumei um jeitinho brasileiro nessa minha vidinha safada. Eu queria te dizer que eu tenho um outro alguém, que não é lá muito diferente de você, mas eu sei onde encontrá-lo.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Qual o órgão emissor do CNPJ? E o que essas letras querem dizer? E o que ele quis dizer quando pediu meu telefone? E o que eu deveria ter dito? E o outro é tão exibido, mas eu lembro dele quando eu estava aos 16. Fazia travesseiro de areia e ficava lá o esperando sair da água. Por que o tempo passa? E por que eu não sinto a menor saudade disso aí? Não desse tempo, mas desse travesseiro de areia e da saída da água que demorava tanto que eu cansava já naquela época e ia embora.
Eu queria sair para dançar, o que ele quer dizer quando diz “pode ir”? Será que ele não quer ir ou ele quer fazer alguma coisa que eu não vou ver porque vou estar com os olhos fechados girando pelo salão? E o que ele diria se ele quisesse dançar? Ele é tão tímido, esperaria que eu insistisse.
Eu queria ter uma moto, colocar 220 km/h e me arrepender pelo resto da vida, se ainda restasse, é claro. Eu queria também ter paciência, estudantes de saúde precisam disso para poder por em prática. Prática. Prática. Por que pensar tanto e perguntar tanto e fazer tão pouco? Onde estão as verdades e as descobertas incompletas? Por que eu nunca sei de nada e por que eu sou tão perdida no tempo e no espaço e por que eu demoro tanto para chegar até o quarto quando tem uma música legal tocando? Minha dança é tão... feia.
O que o faz pensar que tem algum poder sobre mim?
“Eu não sei qual o seu nome, mas nem precisa chamar.” Ele tem um jeito sereno de ser. Ele tem um veneno amargo que às vezes eu, sei lá, me enveneno?
Hahaha, eu vim só para dizer que estou por aqui, cada vez mais vazia, meus amores, cada vez mais v a z i a .
Essa história de estudar pela manhã, estudar pela tarde e jogar pela noite me deixa cada vez mais triste. Eu nem tenho mais tempo de, sei lá, nem tenho mais tempo.