terça-feira, 23 de setembro de 2008

Coração não tem razão.


Eu fugi de você, vai dizer que não?

Desta vez eu insisti em mim e de tanto insistir em mim caí dentro de você, vai dizer que não?

Encontrei-lhe em todos os cantos do meu quarto, e era o seu cheio impregnado no meu travesseiro e quanto mais você dizia que “Não”, eu dizia que “Sim” para que a nossa conversa prolongasse.

Muitas palavras foram ditas e eu dizia não acreditar, você insistia e eu fingi acreditar. Você mentiu, vai dizer que não?

E eu aprendi a dizer “Não” quando na verdade gostaria de dizer “Sim” só para lhe ver sorrir e sorriu e eu fiquei aqui, esperando você mentir novamente.

Mentiu.

Essas promessas, essas declarações não tão bem elaboradas e aquelas outras roubadas de novelinhas das cinco, não me conquistaram. Seu cinismo sim, seu humor me conquistou, seu sorriso me roubou de mim para você e só isso me preocupa. O fato de você ter me roubado para si sem nem que eu e nem você percebêssemos.

Eu sou acostumada a ser formosa, a preferir ler um livro enquanto outras mal sabem recitar um verso de Gabriel García, sou acostumada a me atrair pelos outros por serem o que são e não pelo que tem.

Como poder haver no mundo pessoas que insistem no contrário? Que nojo.

Eu estava aqui o tempo todo e você não me apareceu e quando resolve surgir vem logo derrubando tudo e tirando o que me resta do lugar, como você consegue dormir à noite?

Por que o fato de eu não ser igual a todas as outras te atordoa e te faz dizer umas coisas e fazer outras?

Você é acima de tudo esquisito, mais esquisito do que eu. Tem medo de você mesmo enquanto eu respeito os meus limites.

E essa sua volatilidade me assusta, me empurra na parede e eu vou escorregando até cair no chão e fico lá assistindo você errar e aceitar que você é assim e eu não vou e nem quero mudar.

Por que você tem tanto medo de arriscar? E por que a sociedade não deixa a igualdade entre seres iguais e diferentes em partes?

Às vezes eu também tenho medo de mim, mas tenho medo de não temer você que já tomou conta de mim sem que eu deixasse transparecer.

O sol nasce sempre tão bonito, todos os dias. Ele não cansa não?

Nasce sempre tão bonito.

Nasce sempre me dizendo que é um dia a mais sem seu jeito charmoso de me conquistar mesmo quando eu estou armada até os dentes contra essa fraqueza que você faz ficar mais frágil o tempo inteiro que você está por perto. Mesmo quando eu não quero mais te ver só para sentir se dói menos. E não dói. Você, sua presença me alivia as dores.

Eu sou personificação da dor, do fracasso, do erro que permanece errando por achar que um dia vai dar certo. Não vai, eu sei, mas eu quero.

Eu quero também arriscar mais uma vez na sua ausência temida, só para ver se me adormece de vez. Ou acreditar na sua declaração destemida que diz que eu sou a atriz principal, mesmo sem ter papel na sua peça de teatro.

Agora falando sério, eu sou forte. Eu sei que sou porque mesmo sem ter um coração inteiro e no lugar correto, eu ainda estou de pé. Mas nem todas as pessoas são, elas têm um órgão à zelar e eu já desisti do meu faz tempo. Portanto,meça as suas palavras, meça as suas insistências, meça o seu ponto de vista porque pode fazer uma diferença assustadora do lado de dentro de uma outra pessoa e aí sim você não vai conseguir dormir durante a noite inteira. Quando se der conta de que destruiu um coração inteiro por pirraça, por ter construído um devaneio sem sentido em um bosque que não existe e que depois vai embora sem dizer que tudo não passa de fantasia, de um conto que você criou para conquistar o seu espaço. Nem tudo, nem todos são feitos de aço cirúrgico. Tome cuidado com as coisas, com as pessoas, elas têm muito a esconder.

No mais, isso passa.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Espelho, espelho meu.


Eu posso sim me olhar no espelho todos os dias e movimentar meus braços, vou me ver refletida ali. A física explica esse fato.
Mas há controvérsias, algumas pessoas se olham e vêem outras no lugar, isso ocorre quando essas pessoas querem ser o que não são, se espelham em alguém e fazem uma réplica da vida desta pessoa para si, copiando cada movimento.
Tudo parece ser perfeito, para a tal pessoa, tudo parece fazer sentido, tudo parece dar certo. Mas quando tentamos mudar as leis da natureza, em algum momento vai tudo desmoronar. Não é desejando o mal, é apenas porque eu leio jornal todos os dias e sei bem como é tentar alterar fórmulas e se acostumar com elas e só depois da tragédia é que percebe que há coisas que não mudam, como as listras de um tigre.
Por exemplo, algumas pessoas adorariam pintar quadros magníficos, mas não sabem fazer nada além de desenhar uma flor com uma borboleta colorida. Algumas escrevem muito bem, outras cantam muito bem, outras sabem virar piruetas no ar, outras sabem tocar guitarra, algumas se expressam muito bem, algumas sabem a hora exata ao olhar para o sol, outras amam melhor que outras até. Chama-se: Dom
Quando nascemos, já nascemos com dons guardados dentro de nós e nós exercitamos com o tempo e sem perceber. Não adianta você ver na tevê um homem que faz esculturas perfeitas em um tempo curto e insistir em fazer igual quando não se pode. Não pode.
É interessante quando nós paramos de querer ser o que definitivamente não somos para tentar descobrir quem somos de fato. Nós descobrimos coisas de nós mesmos que ninguém poderia imaginar. Coisas simples, ingênuas, que só eu ou você sabemos fazer.
E você é bem interessante, então exercite esse lado, vai dar certo, de verdade.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Sujeito não identificado.


Eu sempre digo que te amo, que sinto a sua falta. Onde você está agora? Será que vai voltar? Eu te amo. Novamente, uma vez mais, pela milésima vez, me deixe em paz. Livre-me deste mal que pisa no meu calo e me impede de andar com singela paciência, deste mal que me impede de amar com singela perfeição.
Eu sempre digo que te quero, que não quero mais passar minhas tardes sórdidas sem você.
Penso sempre em te ligar, te enviar um telegrama ou apenas contar para o vento que eu amo a pessoa certa. Amo alguém que sabe acertar o ponto perfeito do café, que sabe o nome da minha mãe e que vai querer acordar comigo na próxima manhã mesmo descabelada e ainda dizer que me ama.
Então eu enviei meus pensamentos completamente sem fundamento para o tempo, por telegrama também. Eu sempre quis contar isso para ele, mas sempre esteve com pressa. Maldito.
Então eu lembrei dos velhos tempos onde eu fazia de tudo para te encontrar, desviava caminhos, ia a lugares que nunca havia ido e ia também no mesmo supermercado e na mesma padaria. Não era o destino me juntando a você, ou você a mim. Era a minha força de vontade e nada além disto.
Eu ando por aí tropeçando em devaneios, saltando poças de amor e fugindo das borboletas que me perseguem para me guiar para o bosque mais próximo. E eu não vou, eu não quero ir. E pare de insistir antes que eu me decepcione novamente e me demonstre fraca e corra atrás das borboletinhas, pois sempre me disseram que no bosque há amor.
E eu sempre fui teimosa descordando sem pensar em nada além de que o amor está dentro de cada um e não precisa de bosque, nem de borboletas e muito menos de um caminho guiado por uns insetos que não vivem mais do que vinte e quatro horas.
E eu que sempre digo que quero correr e te abraçar na chuva, sempre digo que quero parar de pensar em você por um instante qualquer, ao menos para conseguir dormir, embora bem saiba que irei sonhar contigo.
Eu que sempre achei que nunca conseguiria te arrancar daqui de dentro, nem que pegasse uma faca bem afiada e fosse dilacerando milímetro por milímetro do meu órgão muscular vermelho e oco e te desfragmentasse em pedacinhos bem minúsculos, ainda assim te amaria. Seriam pedacinhos de amor em cada pedacinho de você arrancado e dilacerado sem ter dó e nem piedade.
E agora, de repente, me dei conta que não faço a mínima idéia de quem é você. Você se fez tão diferente, trocou a água pelo vinho e agora não sei, definitivamente, quem é você.
Então, quem é você?

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Um minuto de silêncio.


Estou de luto por mim mesma.
Eu sou aquela otária que confiou seus sentimentos sinceros em uma garota, contou-lhe tudo o que lhe doía e até onde poderia chegar. Sou eu, eu fechei os olhos e disse “Pode me guiar”, e então eu dei meia volta sem perceber e quando abri os olhos, estava voltando todo o meu caminho, fui colocada para trás.
Eu o amava tanto, era tanto amor que podia sair pelos poros enquanto eu suava, saía pelos olhos enquanto eu chorava e o que me restava de amor e ternura, ficava aqui dentro me sufocando, me tirando do sério e ela sabia disso tudo. Porque a estúpida aqui contava, achando que estava desabafando, achando que havia encontrado uma pessoa sincera que tempos depois poderia chamar de amiga. Mas que desabafo, o quê? Desabafo o caralho, eu estava era alimentando um sentimento que ela fingia ser meu, só meu.
E de repente vem me dizer que o ama... Assim? Do dia para a noite?
O amor cresce como cresce um pé de feijão? Acha que é só jogar a semente numa vasilha de margarina, cobrir com algodão, molhar um pouquinho e colocar no sol? Não é assim não, para amar de verdade é preciso muito mais. E vai me dizer que ela não sabia disso?
Porra. Eu o perdi para sempre e fiquei dias sem ser eu e de repente alguém que eu pensei estar por perto corre depressa, o alcança e o fisga para si.
Sabe o que é pior? Eu gosto muito dela. Não que eu vá lhe confiar mais alguma coisa, isso é fato que nunca mais vá acontecer, mas ela me ajudou naquela época.
Me ouvia, não que eu precisasse, mas me ajudou sem querer.
Não que eu o ame mais, não que não ame. Mas é que eu penso nele sempre, lembro dele sempre e de repente quando soube que os dois pombinhos resolveram se juntar, não pensei em nada mais.
Hoje vou colocar a minha cabeça no travesseiro e dormir feito um anjo. Cansei de perder meu sono para dar lugar a pensamentos sem sentido algum. Eu não esperava muito dela, nem muito dele, na verdade eu não deveria esperar nada de ambos e nem de ninguém. Mas também, não precisava ser tão pouco. É tão errado assim amar verdadeiramente um outro alguém? É tão errado confiar em uma outra pessoa? Não, não é.
Errado é quando terceiros abusam de seus sentimentos.
Eu o amava de verdade, e isso não tem como ficar mais claro.
Era um amor que não tinha como caber em mim e era por isso, somente por isso que eu dividia com ela. Era um amor singelo, sem interesses, era limpo, sadio, verdadeiro, intenso, imenso e um amor como o meu, ele nunca vai ganhar e ela nunca vai sentir.
Pronto, falei.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

... Pla... Pla... Platônico.


E essa é aquela hora que você olha para dentro de si, recolhe os pedacinhos e faz deles um castelo. Para tentar encontrar beleza nas ruínas.
Não sei se você sabe como é, sei que eu sei e não é nada muito agradável e nem recomendável para quem não quer se jogar num abismo.
Portanto, abismo, aí vou eu.
Ele não faz o tipo que eu consiga segurar com as mãos, então, por favor, quando eu disser que não sinto absolutamente nada por ele e que ele não me dói nem um instante, faça o favor de acreditar, não quero pensar muito sobre isso.
Ele não vale um vintém, não que eu valha algum, mas gostaria muito de investir todas as minhas economias nele.
Agora já foi, ele já se foi. Não que ele não vá mais voltar, eu que não queria nem que ele fosse. Agora já foi, ele já se foi.
E eu sei que eu não vou me desengonçar de amores por ele, sei que em pouco tempo será só mais um contato nas ruas sem fim deste grande bordel que se chama Maceió, mas eu sinto saudades dele.
Passo um dia, passo dois e no terceiro já não vejo mais o chão. Meu peito incha de ternura e não dá para esvaziar se eu não lhe abraçar e trocarmos horas de conversa.
E essa é a hora que eu me emputeço, horas de conversa? Quem disse que eu quero conversar sobre a garota que ele quer ficar ou sobre seu relacionamento passado? Quero conversar sobre livros, andar de mãos dadas e conversar sobre um relacionamento presente que nem ao menos está sendo construído. Que merda, que grande merda.
Meu castelo está muito frágil, nem minha teimosia o sustenta. E ele que não venha me avisar novamente para não me apaixonar por ele porque disto eu já estou ciente, mas alguém, por favor, diz para ele que eu também não sou boa peça e dessa vez eu também estou afim de brincar. Mentira, eu quero ser levada a sério. Mas é que essa história de “eu não mereço seus sentimentos” de ambas as partes está me dando dor de cabeça, e já basta a minha Gastrite para não me deixar dormir.
Se bem que eu não costumo dormir na claridade, e tem um sorriso danado que ele esqueceu no meu quarto que ilumina tudo a madrugada inteira, está aí mais um motivo para eu ser um zumbi na manhã seguinte.
E ele ainda me vem fazendo piadinhas sobre o argentino vindo das terras de Beuzebu que eu mal quero ouvir falar o nome, não sinto falta, ele que me esqueça.
Eu quero o outro lá, o entorpecente em forma de rapaz, o alucinógeno em forma de menino que me perturba por dentro e eu ainda tenho que guardar isso para mim, como se já não bastasse.
Ah, e hoje ele ainda veio me dizer que talvez vá embora.
Embora? Se ao meu lado ele já está tão longe, imagina quando for embora, estará mais distante ainda. E então, o que poderei fazer sem as “horas de conversa” para me consolar?
Eu não vou me apaixonar por ele, mas eu bem que gostaria de poder continuar alimentando esse vício, é tão saudável, me faz tão bem.
Eu nunca vou tomar jeito na vida mesmo, já cheguei a essa conclusão. Terei que me acostumar com os amores escondidos nos filmes e nas páginas dos livros, porque na minha rua ele não se escondeu.
E dessa ausência eu já deveria estar cheia, mas acredite, não estou. É bem melhor ausência do que quer, tentar conseguir e conseguir um dia, quem sabe. Essa dúvida acaba comigo. Amor latente, que inferno.
Mas como eu ia dizendo, é melhor isso tudo que esborrar de nostalgia, esborrar de dor cadente que não tem nem mais para onde correr.
Mas, hey, heroína em forma de menino!
Não se apaixone por mim, eu também não vou me apaixonar por você.
Rum.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Sendo você por hoje, só por hoje.


Às vezes você sente que está caindo, e não tem nada para se segurar, nem uma rosa para cheirar. Lá de cima até lá embaixo, passam arranha-céus sob seus pés, pela janela pode até ver a mocinha se banhando e na sala ao lado o pai embriagado lamentando a morte da esposa. E você continua a cair e nada parece formar concreto como um chão, por baixo dos seus pés para que você possa pular e se salvar. Você apenas continua caindo, um filme passando pela cabeça, os amores, as brigas, os ônibus que você perdeu na volta da escola, a espera pelo pastel frito na hora, a ida e a volta de uma viagem longa que você preferia não ter feito, o suco sem açúcar que você correu para adocicar, a salada sem sal que você apressou para salgar. A chuva que esperou passar para poder sair, o cheiro de terra molhada que te tirou do trabalho de química, o cigarro que você já não queria mais fumar, o celular que acabou a bateria e você ficou sem se comunicar. Você lembra de quando disse “não” e poderia ter dito “sim” e sentiu alguma coisa sair do lugar, do lado de dentro e por orgulho não quis mais arrumar. Quando você está jogado na cama, numa tarde de quinta-feira sem ter ninguém para esperar, chegar e tocar a campainha. Sem ninguém para ligar e ninguém para atender, quando você se sente um alface, um vegetal. Não se move, não quer nada. Faça chuva ou faça sol você é a mesma semente de uva que não vai nunca crescer e nunca será um vinho bom de 72 anos, quando você está assim, quando você está assim, quando você está assim e tenta se afundar no colchão em busca de um caminho diferente dos demais. Sem ninguém na sua frente, sem crianças nos sinas, sem espera da lua cheia às 5 horas da tarde. Lhe parece um pouco estranho?
Então você levanta, corre na cozinha para fazer um café, se queima com água quente, não sabe mais quem você é. Pega biscoito, pega rosquinha, pega um livro, uma revistinha, nada é suficiente e nada cura a agonia. Você liga a televisão e desliga a radiola, desliga a televisão, senta na varanda e chora. Você em pouco tempo se reconhece tão fraquinho, pela janela pode ver o excesso de carinho descendo pela boca de lodo, correndo e sendo atropelado pelos carros. Você se sente um pano de boca, na abertura da peça de teatro, calado. Que ninguém nem se importa, só espera a peça acontecer. Você se sente vazio e sem nada para preencher.
Você se sente esquisito? Achando que vai ser sempre assim?
Se apaixona pelo brotinho e acha que tudo vai ter um fim ruim, sempre tem, o amor sempre foi traiçoeiro.
Bate no peito tentando acordar o coração, mas o sono é profundo, o arranca, segura na palma da mão, mas não tem nenhum futuro.
Você se sente esquecido? Como se nada e nem ninguém soubesse que você ainda é você e não aquele cara projetado e nem o personagem do filme na tevê. Ninguém lhe vê, e isso dói?
Nem a cama, nem a cozinha, nem o som, nem a agonia vão te dar o sono de volta. Dormir parece ser a melhor solução, oito horas de paz, caminhando na contra mão sem xingamentos de um lado ou do outro.
- Filho da puta! Não está vendo o carro não?
Você se sente o vento? Que passa sem ser percebido, que quase ninguém escreve um poema para ele. Você se sente um raio do sol? Que é lindo e é o melhor espetáculo do dia inteiro e estão todos dormindo, ninguém vê. Você às vezes não quer ser você, e isso lhe destrói?
Cair de um alto que não existe para um fundo que não tem fundo e lamentar pelo leite derramado que nem tem mais gosto, talhando sobre a mesa da sala de jantar.
Como você se sente? Você não quer fazer nada, mas o que você tem para fazer?
Isso acaba um dia. Isso acaba um dia?
Me avisa, ainda tenho tempo, estou passando pela janela do tal arranha-céu.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

CQC - Custe o que custar.

Na ordem (Da esquerda para a direita):
Rafinha Bastos, Danilo Gentili, Marco Luque, Felipe Andreolli, Rafael Cortez, Oscar Filho e Marcelo Tas.

E eu pago pau mesmo.

Pare de se enganar.


Eu mal sei por onde começar.
Apostei tanto em você e na diferença que você mantinha dos demais, que de repente você se fez tão pequeno e já estava se perdendo naquela multidão.
Poderia ter ficado em silêncio, poderia ter ignorado ou ter dito simplesmente o que sentia e ter finalmente cortado o mal pela raiz. Mas não, preferiu transformar tudo em motivo de piada, preferiu juntar os amigos e rir um pouquinho mais. Rir de você mesmo, mas só você não viu.
Você não cansa nunca? De ser quem é só para agradar uns garotos e garotas do lado de lá e que também não valem muita coisa?
Você não deveria desperdiçar tamanha inteligência e integridade, não deveria jogar fora as qualidades que ainda fazem de você um homem, um homem de caráter.
Mas não, você acha que a diversão é a base de tudo na vida, dos negócios, dos amores, dos planos. Não é não, na vida precisa-se rir e chorar também, porque o nosso chão não é apenas repleto por pétalas de rosas, fica a dica.
Vê se acorda a tempo de rever seus erros e consertar o máximo que puder, porque o mundo não vai parar para lhe esperar colar pedacinho por pedacinho.
Porra. Eu depositei tanta fé em você e você jogou escada abaixo, depositei tanta confiança e você nem sequer para colocar num envelope e me mandar de volta. Preferiu pisar e cuspir e transformar em nada.
Eu me fiz acreditar que queria mesmo segurar a sua mão e que suportaria mesmo as suas paranóias. Por que às vezes nós não vemos nada ao nosso redor? Está tudo ali na nossa cara, cobrindo toda a visão do resto do mundo, mas nós simplesmente não vemos?
Eu interpretei seus movimentos, interpretei cada sorriso fora de hora e quis estar com você por muito tempo. Eu queria muito acreditar no personagem que eu havia criado em seu nome no meu subconsciente, porque você não se mostra você mesmo e ficamos tudo bem?
Eu gosto de você do jeito que você é, por que você tem tanto que agradar aquelas pessoas que não lhe dão a mínima importância e que quando você vira as costas elas falam mal de você? Eu já vi, já ouvi, é sempre assim. Elas não valem muita coisa, eu já falei, por que você está ultimamente olhando só para si mesmo e nem “too you” para o que eu falo?
Você não acredita mais em mim e prefere acreditar em quem atira pedras e esconde as mãos, você ainda acha que é assim que vai conquistar o mundo.
Mas não vai não, meu caro garotinho, só fica a dica. Se lhe decepcionei, advinha? Você vem fazendo isso comigo também nos últimos dias.
Você você você... Só eu penso em você por aqui, e ainda me dou um prazo para nem lembrar mais do seu nome. Quando resolver abrir os olhos e ver que você está se estragando para satisfazer um mundo maldito, com pessoas medíocres que não valem nem a saudade estragada que eu ainda lhe sinto.
Eu queria que você fosse o mesmo, o mesmo que me roubou de mim e me levou para você. Assim, sem querer.
No mais, isso passa.