sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Eu sei que posso.




Eu posso mentir que não quero você. Não posso? Claro que posso. Fingir como sempre que não sinto a mínima falta, fingir que não quero fugir com a saudade que dá quando você não está e não voltar mais para não querer te ter pra mim. Fingir que de repente meu coração não palpita quando está perto do seu. Mas eu posso guardar isso para mim, não posso? Claro que posso.
E fingir que tenho outros amores, que sinto falta de “outros alguéns”, que eu te liguei, mas foi sem querer. Que eu te gostei, mas foi sem saber. Eu posso fingir que não me preocupo contigo, não posso? Claro que posso.
Que não acho graça no que você fala, que não me apaixono pelo seu abraço. Eu posso fingir que não amo ninguém, que não quero ninguém e que nesta porra deste coração quem manda sou eu. Eu posso sim, mesmo que nisso tudo eu só consiga enganar a mim mesma. E a você, é claro. Sempre vidrado demais em outras coisas e pessoas, que acaba por nem me enxergar. E já que eu não me esforço nem um pouco para saltar na sua frente, fica até mais difícil de você tropeçar em mim e pedir desculpas. Então pode passar direto, cuidado com os carros.
E o pior é que eu paro para lhe observar, os defeitos são inúmeros, as qualidades são também. Então vai um suprindo o outro e do nada eu já não sei mais quem é quem.
Só lembro de você. Dizendo-me umas coisas doces achando que eu vou acreditar, eu acho graça, viro o rosto e procuro outro foco em outro lugar.Queria eu que tudo partisse da sua sinceridade, e do âmago do seu sentimento mais doce, mas não. Ser só mais uma na sua lista "Otárias que usei." , não está na minha lista de “Fiz sem me arrepender”. Queria eu, Amor, queria eu que desejos e fantasias por ao menos um dia estivessem sob meu controle. Assim eu poderia, quem sabe, sentar num banco de um bosque e assistir todo o conto de fadas entrando em conflito. Pegar um bloco de notas e escrever uma peça, diante de tantos tapas e abraços e fogo e gelo e frio e medo e susto e agonia e desejo e desejo e desejo e mentiras e verdades e saudades e cantigas... Nem sempre o poder é meu desejo, quero que as coisas aconteçam naturalmente, sem pó de pi ri lim pim pim. Plin!*
Entretanto, nada disso me impressiona mais. Nada disso me dói mais e eu até já fiz o que podia. Fui sutil, agradável e não me escondi por detrás de nenhuma falcatrua, e você, como sempre, não me viu.
Chamei-lhe para sentar, joguei beijos no seu prato e você nem para me enxergar ou me fazer sentir um pouco sua.
Então agora, depois de tudo, eu posso fingir que aquelas cartas não eram para você, que meu sorriso não foi conseqüência do seu e que o seu cheiro não me atrai. Posso fingir que estou bem e que não aceito o seu cigarro por ser seu. Posso fingir que não quero segurar a sua mão, que não fiquei feliz com seu telefonema e que você não pode colocar a mão no meu joelho. A mentira é minha, a dor é minha, o sentimento é meu, faço deles o que eu bem quiser, o que eu bem entender. Guardo, escondo, exponho, parto em fragmentos bem pequenos, são meus mesmo, você também não se importa. Portanto, não amo, não quero, não gosto, não sinto, não temo, não digo, não ligo, não abraço, não vou, não volto, não grito, não choro, não choro, não choro, não penso, não quero, não quero, eu não quero.
E sim, isso tudo é desde a primeira vez que eu lhe vi e agora eu resolvi lhe dissolver em palavras. Passar bem.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Fuga sem sentido.

Tristeza mantida aqui dentro e ninguém vê, ninguém nem sente o cheiro desta dor.
Ah, amor. Mal sabes tu que não tenho tempo de me apresentar
Uma hora estou aqui e outra hora estou em qualquer outro lugar
A mercê da solidão, do desprezo, da fantasia.
Xadrez, café, cigarros, minha eterna equipe companhia.
Incrível como na beira da morte, tudo fica um tanto mais belo
Mentiras, saudades e fraqueza formando um elo, uma aliança em família
E quem se importa se alguém vai sair perdendo?
Nada parece ser maior que a auto-satisfação. Amor, meu amor, mal sabes tu como odeio a solidão.
Então quando me encontras distante, lendo um livro qualquer.
Sei que não acreditas, mas fixo-me em outros olhos para não ter que me apaixonar por você, pela milésima vez.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

O amor é intrigante.


Acabou por perder o controle, mas tomou uma bela xícara de café, fumou alguns cigarros-riscados porque o engraçadinho riscou escrevendo “Isso mata” e desenhando umas caveirinhas tronxas, respirou fundo e decidiu passar a cuidar novamente do seu coração, que já estava deixado para lá ao deus dará.
Não adianta dizer que não sente a falta dele, do abraço dele porque eu vejo quando arruma um pretexto bobo para ligar.
Mas depois de tanto tempo neste vai-e-vem que causa umas náuseas terríveis, já estava na hora de levantar a cabeça, soltar os cabelos, subir no salto e viver por si mesma.
O amor não lhe cansa, não é?
Pois deveria, ao menos por uma noite ou por um dia.
Por mais que você me diga que o amor é uma dádiva e todo esse papo doce e romântico que você repete dia após dia, o amor desconcerta a cabeça de qualquer um e a sua já não é muito boa, então quando você ama ou sente algo próximo “disso”, você fica visivelmente atormentada.
Eu sei o quanto você esperou para que desse certo com esse rapaz, sei o quanto você quis tê-lo por inteiro, me refiro a carne e coração, mas aceite os fatos, minha menina, o amor não é para você, ou como eu li um dia... “O amor não é para o teu bico!”.
- Putaqueopariu!
Foi isso o que você gritou quando colocou a mão no peito e o sentiu vazio, ele lhe tinha tomado o tal coração mesclado de amor, saudades e ódio. Então você se reergueu, se apoiou na janela e o viu sentado no banco do seu jardim, arrancando espinho por espinho de rosa por rosa do roseiral que você tanto se esforçou para manter de pé, e prosseguia alfinetando o seu coração como se fosse um brinquedo de criança, um pacotinho de algodão. “Isso é uma arma, porra!” Foi o que lhe passou pela cabeça, mas você o olhou com deveras aflição e não conseguiu dizer nada além de:
- Vá para a casa do caralho!
Incrível como o seu banco de palavras ficou curto em um tempo tão pequeno, mas você disse exatamente o que quis e conseguiu ser clara (Aliás, mais clara que isso, impossível.), só foi ruim quando você o viu sacudindo o órgão pela janela na qual você se apoiava, abriu o portão, tirou o chapéu, colocou o capacete que tem um desenho estranho na parte traseira, subiu na moto e nunca mais voltou.
Eu bem sei o quanto você gostaria que ele estivesse de volta, neste exato momento, mas ele deve estar abraçando outros braços, oferecendo flores e aceitando a futilidade das garotas que o rodeiam, tudo por uma noite de sexo.
E as otárias que acham que quando ele diz “te amo” ele quer dizer “Eu te amo.”, não percebem a diferença, a intensidade nas palavras, a ausência de fôlego quando o “AMO” é bem articulado e os olhos quase entram em um colapso nervoso de tanta euforia.
E ele nunca teve nem um “tiuti” deste tipo, sempre tão superficial, talvez não por ele e sim pelas pessoas deste tipo que o perseguem aonde quer que vá e fiquem lhe bajulando sabe-se lá porque.
Mundo estranho, gente estranha, ainda falam que a estranha nisso tudo sou eu. Repara se eu fico por aí cantando umas músicas que repetem “O Asa arrêa” durante 4 minutos, ou pintando o cabelo da mesma cor das amigas por elas serem minhas “bests” e por isso ser “cool”.
Willian Shakespeare, por favor, dê a honra da sua presença neste mundo cruel e asqueroso, cheio de coisas vagas e pessoas que não amam.
Chico Buarque, por favor, cante “Até pensei” para mim, enquanto eu sento nesta rede e bordo um xale para a vovó. *Vã ilusão, eu nem sei bordar.*
E você, aí, sentada com um olhar tão cabisbaixo, por que você não se levanta e vem comigo pintar um quadro, ou arrumar o quarto, ou recitar um poema?
Nada disso vai te perfurar o coração que você, por sinal, não tem mais.
Opa, perdão, “seria cômico se não fosse trágico”.
Mas estou falando sério, levante-se, segure a minha mão para isso, veja como daqui de cima o mundo é mais bonito.
E vê se não fala nem um palavrão até ele voltar.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Olhe aí no relógio e me diga, quanto tempo falta para eu te esquecer?


O tempo passa numa velocidade que assusta, você olha para um lado e de repente do outro torres caem, pessoas morrem e você continua ali parado olhando para o nada, para algo que não tem a importância que parece ter.
Você foca em algo que nem sequer se mexe, mas na verdade você está tentando se encontrar. Sim, se encontrar naquele silêncio monótono de um porão, no botão da camisa do rapaz que está passando na rua, você tenta se encontrar em qualquer coisa e não se encontra, porque você percebe que está perdida totalmente sem direção na vida de alguém. De alguém que não dá a mínima importância para você, nem para a sua falta de direção.
E eu me vejo nessa situação hoje, ontem, anteontem e vou me sentir amanhã porque é uma sensação magnífica que eu recomendo. Gostar muito de alguém é sempre recomendado, mas não se viciar tanto neste alguém. Se perder na vida de alguém e tentar fazer com que esse alguém se perca na sua também e tudo vire um labirinto, mas que os dois se encontrem, sempre.
É estranho, no meu ponto de vista nada popular, mas é que é estranho eu olhar para mim e ver uma garotinha focada em apenas uma pessoa, uma pessoa totalmente diferente de mim. Seja nos hábitos, na música que ouve ou seja até mesmo na maneira de falar. E é alguém que eu não quero, não consigo largar, não consigo deixar para lá e desistir de repente, deixar para lá por ele não valer tanto a pena ou por ele não ser o cara certo. Ele não é o cara certo, é fato! Mas ele vale a pena, e eu não quero perder isso assim tão de repente porque eu já perdi tantas oportunidades na minha vida e perder mais uma com certeza é um erro do caralho, é perda de tempo, apesar de ser um erro meu, só meu e de mais ninguém. Eu só quero ao menos tentar evitar.
Hey, você, rapaz com o botão que me chama quando passa caminhando. É para você que quero dizer isso. Para dizer que por mais que eu finja não sentir sua falta ou não me importar com a sua ausência, eu sinto e muito. Eu também sinto meu fôlego sumir quando você está por perto e como me incomoda o seu silêncio, sua ausência de sorriso, a confiança que eu ainda não aprendi a ter. Incomoda-me muito o fato de eu me incomodar com você, de querer ter você por mais um dia, ou dois dias, ou tantos e tantos dias e saber que para você eu só uma garotinha besta que se mata fumando rolinhos de câncer.
Mas preste atenção, eu sou diferente. Você pode até achar que é egocentrismo meu, mas eu já gostei muito de alguém e consegui esquecê-lo em um intervalo de tempo mínimo, porque a princípio era a minha meta de vida, mas você não. Eu não quero esquecer você, quero me manter calada esperando você chegar, puxar a cadeira e sentar ao meu lado e me dar o doce e velho beijo na testa, o mesmo que se repete dia após dias e eu gostaria que fosse hora após hora porque sua presença faz de mim um ser mais aliviado. Seu cheiro me faz tão bem e mesmo quando você senta um pouco mais distante, é como se o vento o trouxesse para mim. Mas que maldita hora foi essa que eu inventei de te conhecer melhor, e de descobrir tantas qualidades numa só pessoa e ter transformado tantos milhões de defeitos em efeitos tão belos e místicos. Você me bestifica, o tempo inteiro, cada vez que você sorri.
E se eu tivesse a oportunidade de acordar amanhã pela manhã sem você na minha vida, em nenhum dos pontos, eu recusaria. Porque você não foi a melhor pessoa que já me apareceu, mas com certeza daqui a algum tempo será uma das. Quando eu me ver apaixonadinha por um rapaz que mal sabe meu nome completo e me conquistou com qualidades relativamente inúteis, que me faz um bem maravilhoso, ou um bem terrível, não sei ao certo. Mas você me chama de flor, e as rosas têm um belo perfume, um belo desenho e um significado bem... Significativo na minha vida, eu diria.
Eu só queria que isso tudo fosse recíproco, cada palavra minha fosse e voltasse na mesma intensidade e que pudéssemos ficar juntos por bastante tempo.
Alguém, por favor, puxa a cordinha do mundo porque eu preciso descer.
Ou talvez, até, alguém me manda um e-mail dizendo aonde foi que eu errei, porque tudo na minha vida tem que dar errado de tantos determinados ângulos. Putaqueopariu! (Pronto, gritei!)
Você é tão inteligente, e engraçadinho, e carinhoso, e cheiroso. E tem mãos tão bonitas, e idéias tão malucas e uma atenção tão focada em certas coisas, por que você tinha que bater na minha porta quando eu estava finalmente em paz?
E se não batesse, como eu estaria hoje? Foi bem melhor assim.
É em você que eu penso, é para você que ligo, é sobre você que falo.
São saudades suas que eu sinto, é seu cheiro que me chama, sua voz que clama a hora que for e é meu coração que liga o mode ON quando você chega, é você.
Que saco! Você não poderia ser boçal, idiota, sem graça e se achar o rei da cocada preta? Talvez assim eu até olhasse para você e não te enxergasse com tamanha perfeição, talvez assim eu não fixasse meus olhos nos seus e meu coração no seu turbilhão de defeitos-efeitos-relativamente-bonitos.
Mas o tarde demais agora já está em mim, e eu quero muito ter você para mim, mas acho que isso também é pedir demais.
Portanto, só me prometa que vai se cuidar, já que você não pode estar comigo para cuidar de mim e nem me deixar cuidar de você. Me prometa que vai ser feliz, ao lado de quem quer que seja, prometa que não vai decair nunca por orgulho ou por não saber o que fazer ou por achar que está sozinho em algum lugar. Porque aonde você estiver, eu estarei lá, para te acompanhar.
É isso, podem vomitar agora.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

A dor que não quer falar.


Às vezes você tem tanta ternura dentro de si, e para você apenas uma pessoa no mundo seria digna de tamanho afeto, mas essa pessoa se faz pequena quando chega e finge que não te vê. Então toda a sua ternura se transforma em tristeza e essa tristeza vai invadindo a sua alma e seu corpo por inteiro, e de repente você não tem mais para onde fugir. Se até o abismo se esconde por ter tanto medo da sua dor. Então você cai, cai para dentro de você mesmo e tenta encontrar a solução de qualquer coisa, qualquer coisa que possa te pegar nos braços e te fazer ninar, para que você possa finalmente dormir em paz, por um período de tempo curto, por ao menos uma noite.
E ele continua ali, o tal ser digno da sua atenção continua ali se fazendo de invisível para você não se aproximar porque ele também é humano e quer curtir a solidão. Mas você sabe melhor que ninguém o quanto esse vazio tira o fôlego e você só queria que ele dividsse com você para que ele não ficasse sem respirar sozinho. E você bem sabe que esse vazio tira a paz, mas só o sorriso dele te satisfaz e você não quer vê-lo chorar, nem derramar uma só lágrima que possa molhar a seca que cerca seu coração, ou o dele, tanto faz, você só quer vê-lo bem. Só quer vê-lo por perto, tê-lo por perto por todo o tempo, você o quer perto, cada vez mais perto. Mas ele se afasta para sofrer sozinho e você assiste de longe, querendo fazer alguma coisa, mas todo mundo precisa disso uma vez ou outra. Você quer sugar toda a dor que tem nele para vê-lo bem, mas você também não pode. No coração dele tem gravado outro nome, você vê isso quando olha bem fundo nos olhos dele e vê outro sorriso refletindo, outro cabelo saindo do lugar. Você vê e sente isso no silêncio que ele insiste em manter, e sente tudo naufragar nas lágrimas que ele mesmo derramou, nada em você sabe nadar.
Então você se engasga com o seu desejo, mas não o coloca para fora, você já deve estar cansado desta vida monótona que você tentou mudar, tentou alegrar, mas ele monopolizou seu coração e agora está sob comando dele, e ele perdeu o controle. Mas que caralho.
Eu bem sei o quanto você gostaria de abrir a porta e ir embora e deixá-lo ver a cadeira vazia e sentir a sua falta, mas ele não vai sentir. E sua vontade de ir embora para sempre fica presa aí dentro porque você não quer deixá-lo para trás. Quer tentar até o final, insistir até a última gota. Você quer não deixar isso morrer, mas você precisa porque você sabe que não vale a pena. Mas, acredite, talvez valha. Talvez não, com certeza vale, ao menos para você. Mesmo que isso faça você inflamar de tanta ternura acumulada e sendo transformada em tristeza mal vinda, e essa ternura ou tristeza desprezada vai fazer rolar lágrimas, e dessa vez serão suas e todo o ciclo se repetirá over, and over again.
Então você permanece sentada, com papel e caneta na mão procurando um verso simplório para descrever aquilo tudo, mas não consegue porque tem algo a mais desviando a sua atenção. Você estaciona a caneta sobre a mesa e fica o assistindo sofrer sozinho, sentado, distante.
Você até se levanta, vai até lá, lhe dá a mão, mas para ele você não faz diferença. Ao menos é o que parece. E é uma merda quando isso acontece, quando você sente seu sentimento tão lindo se repartindo inteiro dentro de você e encontra o tal ser tão digno te encontrando apenas como "mais um na multidão".
Numa situação como essa, apenas faça o que tem de ser feito.
Ofereça-lhe a mão, pois o coração e a alma você já lhe entregou, ofereça a mão e se ela for negada, guarde-a em seu bolso, tire o rancor que está se acumulando há tanto tempo e coloque a mão afetiva no lugar. Um dia, quem sabe, alguém precise dela e você passe a oferecer-lhe.
Ah, sei lá. Eu sei que tudo o que você gostaria era tê-lo para você, mas aceite os fatos, ele ignora a sua existência, portanto siga em frente sem nem olhar para trás.
Se você olhar, ele vai estar lá. Sentado, sozinho, distante e você vai querer voltar para buscá-lo e tirá-lo do abismo, mas não. Novamente? Não.
Deixe-o sozinho ou com quem ele quiser, dessa vez você vai aprender à força como manipular o próprio órgão muscular oco, imbecil.
Porque de uma forma ou de outra você tem que aprender que na prática a teoria é outra e se você não passar a agir da maneira certa mesmo que doa, você não vai sair do lugar nunca.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Curriculum Vitae


Nasci em 10 de maio de 1990, dizem que me signo de Touro revela muito sobre mim, mas eu não acredito em nada disso, então me deixa pular essa parte. Ainda não terminei meu ensino médio e desde a última vez que vi meu boletim, meu medo de quando irei terminar vai me subindo à cabeça. Mas, enfim. Pretendo fazer uma faculdade de Psicologia e se você também rir eu vou dar-lhe um cascudo. Eu gosto do cérebro, é um brinquedo tão engraçado de se viciar. Principalmente quando ele não é seu, saber o que ele quer, o que ele sente, sem nem precisar pôr a mão. Só de pensar, meus olhos brilham, ai ai.
Eu gostaria muito de ser uma Daniele Hypólito da vida, mas eu nem sei abrir escala direito. Também já quis jogar basquete, mas nunca tive muita altura para me auxiliar e também já quis ser trapezista, mas não sei subir no pau. Então percebi que o único “esporte” que sei praticar é o Baralho e o Bilhar, então me desesperei e resolvi escrever.
Algumas pessoas gostam do que eu escrevo, outras nem tanto, mas eu não vou parar de qualquer jeito, então acho bom começarem a se acostumar.
Sou a filha do meio, entre três irmãs. A mais velha só estuda e vê tevê, aos 20 anos. A mais nova só brinca com as coleguinhas e mexe nas minhas coisas, aos 9 anos. Logo, minha mãe dá atenção para as duas, e eu vivo e existo muito bem, obrigada.
Ah, a minha mãe, a Miss Mag. A mais linda! Odeia minha cor de cabelo, minhas tatuagens, meus piercings e “essa fase que não passa nunca”.
Nunca tive um namorado sério. Me apaixono com freqüência, seja pelo professor de História, pelo pai de algum amigo ou por algum gay que eu encontre na boate, mas são paixões “relâmpagas” o que dificulta muito quando eu me apaixono de verdade por um rapaz que realmente valha a pena e deixo escorrer por entre meus dedos, feito gotinha de chuva. É, exatamente como está acontecendo com você.
Aliás, eu sou “romântica à moda antiga”, acredito num rapaz que me ame, que sinta a minha falta, que me ligue ao menos duas vezes por dia. Não precisa abrir a porta do carro, nem me mandar flores aos fins de semana e nem ficar dizendo “Minha nenenzinha, meu docinho de côco” porque aí é ser moda antiga por demais.
Gosto de fins de semana agitados, nada de filminho com pipoca e cobertor, ao menos que seja sexta e esteja chovendo. Gosto de me divertir enquanto estiver na rua, lugar de ficar triste é em casa, onde ninguém vai atrapalhar sua tristeza. Apesar de que boate é lugar para gente triste, eu acho.
Calço 37, gosto de salto alto e nada de sandaliazinha, odeio. Gosto de música bonita e de café, cigarros, escrever e da sua presença, isso eu gosto ao extremo.
Pretendo escrever um livro, que não será um best-seller principalmente por ter muitos palavrões, mas espero te ver no meio da fila na noite de autógrafos, eu sorrindo para todas as câmeras e respondendo “Nem vermelho, nem rosa. Vermelho e rosa. A cor do meu cabelo é a mistura de vermelho com rosa.” Então você vai me alcançar, vai dizer algo do tipo “Eu não poderia deixar esse momento passar”, eu vou sorrir e vou dizer, “Próximo!”.
Mentira, vou dizer que te ter lá era tudo o que eu queria e vou te dar um beijo na testa, vai ser lindo, eu suponho. *Cof cof. Pensa nele.*
E então, depois da minha biografia, já resolveu se vai entrar na minha vida e fazer dela algo lindo ou vai deixá-la ser medíocre assim mesmo?

sábado, 9 de agosto de 2008

E de repente...

Acabou.

Plin!*

Coração contra razão e eu no meio sem saber quem socorrer.


Você poderia vir aqui vez ou outra, poderia me mandar flores, poderia me ligar mais vezes e poderia me abraçar mais vezes. Ou não, deixa tudo como está. Você fica do lado de lá e eu fico do lado de cá como tudo começou. Eu tenho medo de você, ou melhor, tenho medo de mim. Você se tornou tão significante de repente que tenho receio de te ver ir embora e doer em mim, e só depois de muito tempo descobrir que essa dor nem me dói mais de tantas cicatrizes uma por cima da outra que foi criando e criando e protegendo o território. Meu coração nem tem mais estrutura de coração, só bate feito um e sente feito um, mas não chora como um, não chora como antes.
Está há um bom tempo sem chorar então não o incomode, deixe-o dormir esta noite.
And one more time, and tomorrow again, and again and again e outra vez mais.
Apenas deixe-o em paz se você não for cuidar dele depois que ele estiver aos prantos e derrubando tudo o que estiver sobre a mesa por não saber mais o que fazer.
Deixe-o perambulando sozinho sem sair do lugar. Deixe-o.
Se você não for acordar ao meu lado amanhã de manhã, não me faça dormir. E se não souber dançar, não me faça levantar dessa cadeira porque estou cansada por demais.
Passei a noite inteira correndo atrás de meus sonhos que fugiram pela janela e correram naquela direção, uma ladeira enorme e ainda assim não os alcancei. Espera aí, você também não cansou não? Você foge dos meus sonhos todas as noites e volta de repente que quando eu vejo, já estou contigo de novo, mesmo que seja só em pensamentos.
Queria eu poder saber o que você deveras pensa quando fala o que, de fato, não é o que parece falar. Queria também poder saber que chave você copiou para chegar aqui, abrir a porta, sentar e tomar um chá sem eu nem ficar sabendo.
Pode se apossar de mim, vamos, pode usufruir da minha beleza e da minha dor, se isso te faz feliz.
Pode me perseguir pelos cantos mesmo sem saber que está comigo. Nas conversas, nos sonhos, nas madrugadas e nos meus textos, como eu estou fazendo agora.
Caralho, já estou te colocando na minha vida e você nem sequer me disse se vai ficar.
Aliás, me diz logo, porque eu tenho 18 anos e sou virgem e quero logo uma resposta concreta porque eu tenho tempo a perder se isso não for dar futuro nenhum.
E eu queria mesmo me cansar de esperar por você e cansar das coisas que você fala só para me impressionar, mas não consigo, estou ocupada demais me impressionando com a sua capacidade de me fazer calar e sorrir sem motivos prévios.
Eu sei que você não é o rapaz perfeito (e está longe de ser, perdão), mas é que eu olho para você e te vejo tão suficiente para mim, tão suficiente para me fazer bem por um dia inteiro sem muito esforço. Aceita as minhas loucuras e meus transtornos obsessivos compulsivos sem nem colocar defeito, aceita meus amigos, minhas músicas bonitas, meu jeito de andar e de amarrar meu cadarço. Você é tão suficiente para mim que chega a me dar náuseas, é tão estranhamente especial que me dá dor de cabeça.
Mentira, mentira mesmo. Só queria me enganar uma vez mais, one more time, e acreditar no abstrato.
Mas é, Jucy, pode ir se acostumando porque é ele mesmo quem vai vagar por dentro de você mesmo quando ele já tiver te dado um adeus vazio e sem explicação alguma, é ele mesmo quem vai corroer seu estômago e ativar a sua Gastrite quando desfilar na sua frente de mãos dadas com outra garota e você ter que cumprimentá-lo como se não fosse ele o dono da sua insônia, como se não fosse ele o dono da sua nostalgia, como se não fosse ele o dono do seu faz de conta. Como se não fosse ele.
Mas já estou me preparando, pode deixar, meu Nobre-coração-destruído-com-a-tempestade, pode deixar que vou fazer o possível para não fracassar dessa vez e ser finalmente mais digna de um silêncio, e parar de deixar você, coração estúpido, mandar em mim e passar a acreditar mais nas súplicas da razão. Que grita e grita no meu ouvido e me ensurdece por uma noite inteira e eu não lhe dou a mínima importância.
Mas bem, já deveria estar bem acostumada com isso, não é a primeira vez e com certeza não é a última, então ainda tenho tempo.
Portanto, meu amor, meu caro amiguinho, meu caro colega.
Só pode sentar nesta cadeira se você for consumir. Só pode se alojar nesse coração se você for segurá-lo com carinho e acariciá-lo quando ele tiver aquelas convulsões de saudades e dores passadas, ele sempre reclama dessa dor e já estou ficando velha (hahaha) para cuidar dele sozinha.
Pois é, é isso. Estou me impondo desta vez, é para se foder.

Então, se quiser me ver esta noite, você sabe onde eu vou estar, dê uma passadinha lá. Se não, aproveite a sua noite como você quiser. Observe eu não me importar. Rum!!!

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Levou-me o coração.

E não me resta mais nada, só os restos, os restos.
Os retalhos, os alhos, os bugalhos, o pouco que me resta é resto.
Eu te amo, eu te amo, eu me amo, eu te amo.
Bem-me-quer, mal -me-quer, não-me-quer.
Eis a questão: Deve-se amar mesmo quando parece ser em vão?

Já disse um poeta, poetiza, não sei:
O amor que dura, é o amor não correspondido.
E eu amo, e isso dura, e perdura, e machuca
Me arranca o abrigo, contradiz o que eu digo e mente, mas mente.
Machuca tanto que eu me sinto doente, em mente.
Machuca aos meus olhos, aos olhos de quem não vê é doce
Machuca ao meu ver, ao ver de quem não vê é fácil
E ao de quem não ama, não tem sentido algum.

Tenta, tenta amar o espaço
Tenta amar o vento que você nem consegue segurar com uma das mãos
Tenta amar o vulto, o silêncio, o escuro
O pardo, o triste, o oculto, obscuro
As trevas, o medo, a saudade
Tenta amar aquilo que você não pode tocar
Depois você me diz se dói ou se alisa.

Pois não me resta mais nada, nada vezes nada
Não me resta nem resto do resto, só o resto do que restou de um desejo cruel e indesejável
Nada concreto.
Coração em pedaços, memória, um fracasso
Dois fracassos, um passo em falso
O falso, o abstrato, o coração sem direção
Mais uma vez, uma vez mais
E eis a questão: Quem sobrevive? O que mais ama ou o que nem ama mais?
É, eis a questão.