sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

''Trocando em miúdos, pode guardar
As sobras de tudo que chamam lar
As sombras de tudo que fomos nós
As marcas de amor nos nossos lençóis
As nossas melhores lembranças
Aquela esperança de tudo se ajeitar
Pode esquecer.''
Espero que esse ano que chega seja melhor que esse que está acabando, e melhor que os outros, e melhor que o que eu quero que seja, estou cansada de assistir tudo dar errado.
"A solidão é fera, a solidão devora."
A solidão é foda.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010


Eu queria ser um pedaço de você, a fumaça, o filtro, a cinza do seu cigarro.

Depois de tanta coisa quase não se enxergava nada além de ti
Quase não se via a luz, o espaço, o escuro
Via-se apenas um sorriso enorme e uns olhinhos que brilhavam no escuro
O escuro que quase não se via
E a dança que não dava para copiar.
Olhinhos traiçoeiros
Depois de tanta coisa quase não se via nada além de ti
Além de ti e de outro alguém
Que não cabia aqui.

domingo, 26 de dezembro de 2010


Preciso parar de quebrar minhas coisas, inclusive meus dedos.
Meu coração já não tem jeito.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Ele não é Buarque e tampouco de Hollanda, mas amo, e quase não cabe em meu peito.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010


"Você deve se perguntar uma coisa: Hoje é seu dia de sorte? Duvido, seu mané!"
Pensando assim, essa vida é uma grande comédia e seria muito cômica se não fosse tão trágica.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Face to face

  Certo, cinco anos de amizade irreal. Surreal poderia soar melhor, afinal não há como explicar muita coisa. Simplesmente você é interessante demais e sabe disso e eu não suporto odiar você e jogar seu jeitinho esnobe na lata do lixo. Às vezes até tento, mas você tem um jeito muito filhodaputa de não me permitir.



  Foram fucking 5 anos nessa brincadeira de tapas e beijos, amor e ódio que eu até me apaixonei por você, mas desapaixonei em quatro contados dias e ainda assim não achei que pudesse ser tudo tão interessante sem ter você de vacilo nas esquinas da minha vida medíocre.


  Enfim, são cinco anos esperando você um dia chegar e me fazer uma surpresa sabendo que nunca iria acontecer, mas que mesmo assim mentia para mim mesma que sim, talvez para me sentir querida. Cinco malditos anos esperando você para você chegar com seu jeitinho esnobe, me olhar com seus olhinhos esnobes, me sorrir com sua boquinha esnobe, me abraçar com seus bracinhos esnobes e se despedir com sua vozinha esnobe e ir embora com seu jeitinho esnobe e eu esnobar você sem nem me levantar para te cumprimentar e fingir que não me importei muito com sua presença. Óculos escuros disfarçam e se não fossem eles eu teria entrado em você pelos seus poros e me alojado aí no seu coração só pelo sorriso tão lindo que você mostrou quando chegou.


  Mas aí você foi embora, não demonstrou nenhuma emoção muito forte por ter me conhecido depois de cinco anos, e cada passo que você dava era uma pergunta na minha cabeça. Queria saber o que você tinha pensado, e o que estava pensando, e se queria me abraçar ou se queria puxar uma cadeira, jogar a prancha para lá e contar alguma coisa, ou perguntar alguma coisa, ou sorrir um pouco mais ou me esnobar um pouco mais, ou beber uma cervejinha e falar que a de lá do barzinho da sua rua é muito melhor.


  Se fosse no nosso mundo de mentira, a gente continuaria trocando confidências, elogios, piadinhas. Eu corria para te contar como foi meu dia e ele seria incompleto se não tivesse você. E o seu dia? Como foi? E qualquer coisa que me acontecesse, eu pensava em você. Eu precisava contar para você, avisar a você, lembrar de você, pensar em você e depois me cansar de você, sumir de você por dois ou três dias e depois te procurar ou esperar um pouco mais para te esperar me procurar. Vezes sim, vezes não, o que importa é que não dava para fingir simplesmente que você não me havia.


 E de repente como assim face to face? De repente você estava ali. Tão bonito, tão esnobe, tão alto, tão pálido, tão você. Quando você chegou bem pertinho de mim eu senti como se esperasse por você durante a minha vida inteira, como se todas as noites antes de dormir eu planejasse o instante que fosse te ver pela primeira vez e já soubesse exatamente o que dizer. Mas eu não sabia, por isso menti, fingi. Dei um sorriso, fingi que sou legal, não levantei para demonstrar frieza e não conversei muito para demonstrar desinteresse, mas juro que não farei mais isso. Que tortura.


sábado, 11 de dezembro de 2010

"Um girassol nos teus cabelos."
Sim, cara, diga mais. Não pode viver sem ela, só pode beber cerveja sem álcool, não pode sair no escuro, nem andar a cavalo e nem escalar picos altíssimos. Não quer mais saber da Belle de Jour, não quer mais me chamar para dançar, nem sair para causar, nem curtir com os caras.



Diga mais, man, diga mais. Sim, alguém muito mais interessante, outra fase da vida, eu tenho que entender, todos nós, sei. O que há? Ela gosta de dançar, inclusive com outros caras. Não há nada, o show é seu. Hãrã, entendo, ela te liga e te manda mensagens de boa noite e por isso acha justo colocar tudo a perder. Sei, cara, conta mais. A vida ficou mais bonita com ela e a dela ficou mais bonita também?


Hahahaha, sei, cara. Esse filme eu já vi.


Foto publicada às 07:44

domingo, 5 de dezembro de 2010

Sozinho - Peninha

                   'Por que você me esquece e some? E se eu me interessar por alguém?' 


"Às vezes no silêncio da noite
Eu fico imaginando nós dois
Eu fico ali, sonhando acordado
Juntando
O antes, o agora e o depois..
Porque você me deixa tão solto?
Porque você não cola em mim?

Tô me sentindo muito sozinho

Não sou nem quero ser
O seu dono
É que um carinho às vezes
Cai bem
Eu tenho os meus
Desejos e planos
Secretos!
Só conto prá você
Mais ninguém...
Porque você me esquece e some?
E se eu me interessar por alguém?

E se ele de repente me ganha?

Quando a gente gosta
Claro que a gente cuida

Fala que me ama só
Que é da boca pra fora
Ou você me engana
Ou não está madura
Oh! Oh! Oh! Oh!
Onde está você agora?

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

"Até que a mulher que a gente ama, VACILA e põe tudo a perder."
"A pior vingança de uma pessoa é permanecer fiel a outra pessoa traidora. "

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Nem nada e nem ninguém.
Francisco, Francisco, Francisco. Não lhe trocaria.
Às vezes estamos tão vazios e amargurados, que escrevemos apenas o que querem ler, mas nunca sem sentimentos.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Quando ele era mais negrinho, mais magrinho, sem grana no bolso e com cabelo carapinha as cocotinhas não davam a menor atenção. Só aquela otária que amava sem fronteiras, sem fronteiras.



Agora tudo mudou, e ela continua além das fronteiras.


  Eu tenho vontade de quando alguém me perguntar “o que você faz?” eu responder “ah, eu sou escritora”.



Sem adjetivos para “escritora”, apenas escritora.


" Enquanto você dorme com uma camiseta cheirosa e é, posso dizer com certeza, a pessoa mais bonita que eu já vi numa cama desarrumada."

Ele e seu sorriso, e seu olhar, e seu tocar e...

  Ele chegava, falava qualquer bobagem e Rachel se derretia de amores e sorria para que ele prestasse atenção nela. Ele não a via, ela não ligava, então ele não a via, ela o amava, ele não a via e ela sofria. Cada dia um pouco mais, cada dia muito mais.

  Ela, na verdade, era uma santa puta, passava as noites sonhando em noites de sexo amor com o dito cujo e amava como recompensa.



  Lisa, uma outra garota. Sem escrúpulos, sem metas, sem vontades, nem desejos (além dele), normalmente ficava lá do outro lado olhando a cena e xingando Rachel por pensamento, pensava em como ela poderia ser tão Mané e como poderia ser tão ousada e tão apaixonada por alguém que nunca havia se apaixonado por ninguém.


  Na verdade Lisa morria de amores pelo moreno desde que se entendia por gente, morria de amores e fingia não morrer, fingia não amar, mas quando a noite chegava lá estava seu travesseiro molhado, suado, sofrendo com ela outra vez.


- Mas como poderia alguém se apaixonar logo por ele? Quase não tem qualidades, nem responsabilidades e também não tem graça. Não sei por que estar a sorrir das bobagens que ele se atreve a dizer, ela só o faz se sentir cada vez maior, cada vez melhor. Cretinas.


  Lisa nunca deixara de ser tão amargurada, resmungava antes mesmo de aprender a falar, não gostava na roupinha nova, dos sapatinhos de cristal e nem da chupeta que ganhara da vovó. Criancinha nojentinha, por isso que quando cresceu ficou assim. A mãe sempre fez seus gostinhos e a ensinou a ser tão nojentinha e ousada e exibida. Depois as mães reclamam porque algumas filhas viram putas.


  Mas ele não se importava com isso não, ele queria mais, quanto mais, melhor. Maldito, como poderia ser tão charmoso e ser tão amável, valer o mundo inteirinho e não valer nada ao mesmo tempo? E como poderia conquistar tanto sem fazer nada que realmente prestasse?


  As garotas se matavam com os olhares enquanto ele não dava a menor importância e era assim que conquistava.


  Elas morriam, todas elas morriam no olhar. E ele lá, sempre lindo. Sempre sorrindo. Sabe-se lá de que ele tanto sorria, mas sorria, e parecia que quanto mais sorria mais radiante ficava o ambiente. E eu por perto, acabara de chegar, explodindo de amores e evitando falar com medo de que quando abrisse a boca saíssem vários corações em forma de balão como acontece nos desenhos animados. Sorri para ele, mas ele me abraçou e foi aí que eu não pude me conter, abracei de volta. Meus olhos devem ter enchido de brilho e minha boca não conseguia mais mexer, que se há para dizer? Calei, mesmo ainda calada.


  Perguntou como andavam as coisas, queria na verdade saber como estava a minha vida sem ele, sabendo que estava a mesma coisa por nunca ter conseguido tê-lo, mas quem se importava? Ele não se importava, então do que valia? De muito, na verdade, mas eu só via isso quando saía do meu estado de transe.


  Puxou um pouco de conversa, eu tentei falar um pouco para não transparecer minha paixão, então ele fingiu que não via minha alma saindo de dentro de mim por não caber mais em meu corpo e meu coração querendo explodir e palpitando minhas pálpebras e, bem, eu fingia que meu curso de teatro tinha dado certo.


  Rachel o queria muito mais que Lisa, e Lisa o queria muito mais que a outra que ainda não entrou na história, e eu o queria muito mais que qualquer uma que pudesse o querer. E mentia como qualquer um que tivesse algo a perder.


  No fim de tudo, quando eu estava preparando minha poltrona para assistir as duas garotinhas apaixonadas disputando o amor do moreno sem alma, chegou A outra.


  A outra que havia se apaixonado pelo moreno tal quais todas as demais, a outra que fingia que não queria, que fingia que não queria dar para ele e que fingia mais ainda que não passava a noite inteira sonhando com eles e acordava de mal humor por não tê-lo dormindo no lado esquerdo da cama. Fingia, mas você sabe, mulheres, quando amam expulsam amor por todos os orifícios. Enquanto eu expulsava por todos os poros.


  E dessa vez eu peguei a pipoca, afinal, seriam 3 para uma vaga, uma vaga que não será nunca preenchida.


  E enquanto fingia não me importar com um cigarro em uma mão e umas doses de tequila na outra, virando sem parar, tentando matar afogado o que doía tão forte dentro de mim, eu morria de medo. Eu tinha um medo imenso que só fazia crescer e me sufocar. Dentro de mim só existia amor e medo.


  E eu queria que parasse de sufocar, que parasse de roubar meu fôlego e que me deixasse respirar, mas ele ali, eu tão longe, como podia machucar tanto? Ele lá e eu aqui, nós, ele, eu, juntos, aqui, separados, lá, tão perto, tão longe... Cabum!


  Ah, meu amor, você é meu! Foda-se sua arrogância, aposto que não é maior que a minha e também não se preocupe com seu coração vazio, com toda essa falta de amor, o meu dá para nós dois e ainda resta (só por garantia). Meu amor, meu menininho. Você é o meu menininho e que não se atrevam! Não se atrevam a tirar você de mim!


Não, não disse isso a ele, mas que deu vontade, deu!






"Ele grunhiu. Talvez fosse um sorriso, não sei."

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Cada vez mais distante do chão.


(foto de Orlando Pedroso)
Para algumas pessoas parece ser tão fácil mentir.
Cara, esta mulher está te pondo um par de chifres.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

RÁ!! O Pancho vai voltar!
"I have found the whore in you, why can't I tell you no? "
Mãe, me dá um cachorro? Essa humanidade me mata de vergonha.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Ela entrou no carro com os olhos amarelados e os lábios roxos, bem roxos. As mãos tremiam como se morresse de frio, mas era 1 hora da tarde na cidade de Maceió. Havia emagrecido um pouco, mas em algum pouco tempo. A pressão baixou, pensei que não tinha nem almoçado. Na verdade acabara de almoçar e de vomitar, precisava de um médico.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Dance of days

''E por mais que passem os anos
eu continuo o mesmo garoto
que você um dia amou tanto."

domingo, 31 de outubro de 2010

Você dança para esquecer a realidade, com a intenção de quando tirar o pé do chão chegar em outro mundo, em um paraíso qualquer. Dança-se para esquecer. E de fato esquece, mas quando a realidade vem à tona você começa a perder o ritmo e parece uma palhaça no salão. Ouça as gargalhadas da platéia. Hahaha.

Carta para a tristeza

""Companheira, sei que você vai chorar quando ler esta carta. Vai ser difícil par amim pois me acostumei à sua presença, porém não vejo mais motivos para continuarmos juntas.
Perdi anos de minha vida ao seu lado, tristeza, acreditando que o amor não existe e o mundo não tem jeito. Você é péssima conselheira.
Chegou hora de dar chance à alegria, que há muito tem mostrado interesse em passar um tempo comigo.
Desde criança abro mão de muita coisa por você. Festas a que não fui porque você não me deixou ir, paisagens lindas nas quais não reparei porque você exigiu de mim total atenção.
Quero de volta meus discos de dance music, que vocÊ tirou da prateleira. E minhas roupas estampadas que sumiram do meu armário depois que vocÊ se instalou aqui.
Quero ver a vida por outros olhos, que não são os seus. Quero beber por outros motivos, que não afogar você dentro de mim. Não te quero mal, apenas não te quero mais.""

Fernanda Young.

sábado, 30 de outubro de 2010

FUCK! Como a Nayale é teimosa!

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Algumas garotas passam a vida inteira dizendo que amam, mas na realidade não fazem a mínima idéia do que seria o amor.
Não faço a mínima idéia do que seria o amor.

Do que seria o... Como chama mesmo?


- Amor!


- isso, amor.

Quando completei meus 18 anos, achei que já estava mais do que na hora de esquecer essa coisa de "busca por um verdadeiro amor”, brilho nos olhos, Nova York (ou Alemanha) ou um príncipe encantado, com jeitinho de viado e um cabelo bem penteado.
Estou aos 20 e não aprendi.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Oh, bela Anne, enquanto lia o que você dizia, pensava em como alguém poderia ser tão imbecil. Ele te mentia tanto, querida, ele te escondia tanto e você sabia, Anne! Você sabia! Você sabia e fingia que não, e fingiu que não até não poder mais e ainda assim, fingiu mais um pouco que não. Oh, bela Anne, pensava em como alguém poderia ser tão cega e tão frígida. Você dizia apenas que fazia aquilo porque o amava e Anne, quando eu lia você dizendo o quanto o amava, meu coração enchia de amor que eu aprendi a cegar, aprendi a fingir, e suporto até onde posso, até não poder mais e quando não puder, poderei um pouco mais. Oh, bela Anne. Não merecemos nada disso e se por acaso merecermos, será por um motivo banal, eu sei, eu sinto. Você também sente, princesa, sente e muito. Mas você tem Jennifer para amamentar, se apegar e te amar incondicionalmente e eu, bela Anne? E eu? A quem me apego se meu coração fede como uma pocilga? A quem me apego, bela Anne? A quem me prendo e quem me protege quando algo mau vem me consumir? Ninguém me protege, bela Anne, somente o sono. Somente o sono me protege de ver aquilo que me machuca. Boa noite, bela Anne.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

"Lyon preferiu amantes ao amor."

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Desabafo de Colombina



“Quando tenho Arlequim, quero Pierrot tristonho.
Pois um dá-me prazer e o outro dá-me o sonho!
Nessa duplicidade o amor todo se encerra: um me fala do céu, o outro fala da terra.Eu amo porque amar é variar e em verdade toda razão do amor está na variedade. Penso que morreria o desejo da gente se Arlequim e Pierrot fossem um ser somente. Porque a história do amor pode escrever-se assim:
Um sonho de Pierrot...e um beijo de Arlequim."

(Menotti del Picchia)

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Vou estourar sua cabeça com aquele brinquedo de furar moletom. Está ligado?

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

O carinha que mora logo ali! Hahaha!!

domingo, 10 de outubro de 2010

"Ria de mim, mas estou aqui parada, bêbada, pateta e ridícula, só porque no meio desse lixo todo procuro o verdadeiro amor. Cuidado, comigo: um dia encontro."
And you, son of a bitch! Suck my dick! _|_
E agora? Como faz para te largar?
(Imagem por Orlando Pedroso)

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Às vezes eu olho tanto para você que parece que vou te engolir e te trazer para mim. Por que você não corre nas minhas veias? Por que você não vem até aqui? Por que eu não posso ter para mim alguém igual a você? Ou você?
Dá para me ouvir melhor agora? Não? E agora? hum? Agora sim? Beleza.
Liguei para dizer que estou indo embora e que não vou te esperar voltar para te dar adeus, afinal, estou tentando fazer isso há uns 3 meses e você não está dando importância. Watherever. Eu vim me queixando de algumas bobagens, mas não precisa esquentar a cabeça não, cara, já encontrei o meu lugar. Vou te deixar um endereço escrito em uma papel em cima da mesa, quando achar que deve me encontrar você pode ir nesse endereço e procurar por uma garota chamada você sabe como. Ela não vai saber nada sobre mim, tampouco sobre você, mas você sabe, ela é muito mais madura do que eu, talvez ela atenda melhor suas necessidades.

HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA!
Não, man, ela não vai.
Hey, fala mais alto, não estou te ouvindo. Ah, deve ser porque você nunca me diz nada mesmo.
E o não me dizer me pede para ir embora, como se fosse um apelo do seu coração, e eu sigo. Assim como venho seguindo há tanto tempo, eu sigo, eu atendo a esse apelo que sabe-se lá se é desespero ou se é simplesmente cansaço. Mas não serei como as outras, amor, não serei como as outras que foram humilhadas e esmagadas com as pontas das suas unhas e quando você se deu por satisfeito achou justo chutá-las para o fim de mundo que vieram.
Descobriu que sou diferente, não foi? Descobriu que sou diferente ou ainda quer me banhar com aquele sal de sujeira que elas tinham no corpo para ter um motivo plausível para depois me largar para trás?
Descobriu que ninguém é insubstituível, foi? Descobriu isso?
Acha que ninguém vai marcar a sua vida como uma cicatriz no meio da testa que ninguém vai te deixar esquecer? Acha mesmo?
E acha também que um fim de semana diante do mar é coisa de hippie?
Espera aí, man, acha mesmo que ninguém vai marcar a sua vida por todo o sempre?
Tenta me esquecer, man, vamos fazer um jogo?
Quem conseguir primeiro, ganha um ventilador.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

"Se você está se sentindo esranhamente feliz e sorridente, das duas uma: Ou está apaixonado, ou ficou louco. No fundo, não faz muita diferença."

Bombom Garoto.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

A essa altura do campeonato, um cigarro só e uma dose dessa não me são suficientes. - Nunca são suficientes.
Ele é o carinha que mora bem ali.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Anota teu endereço, aqui no papelzinho

(Imagem por Orlando Pedroso)
Chegou sem me dar boa noite, passou por mim como quem nunca me viu e depois falou comigo como se eu fosse o amor mais lindo que você já havia encontrado. Depois foi embora sem me dar nem um abraço, nem dizer para onde ia ou que seu telefone já está funcionando. Desapareceu. Perguntei por você, mas ninguém sabia dizer. Procurei por aí e não te encontrei, e olhe que você adorava andar por aí. Procurei na minha sala, no mundo on line, na agenda telefônica, nas ruas sem saída, nas casas com portão marrom com duas cadeirinhas brancas na varanda. Te procurei nos desenhos, pinturas, nas músicas mais bonitas que tocavam. Nos gols do teu time, no teu sorriso maroto e no teu olhar cabisbaixo que já nem estavam ali, mas procurei, de alguma maneira qualquer eu procurei. E só encontrei um pouquinho de você aqui dentro do meu peito, gritando tão baixo que eu mal podia ouvir. Encontrei o que restava de você e quando segurei nas mãos você escorregou aos pouquinhos, bem pouquinhos. Aí eu sumi de você. É verdade, sumi, na verdade eu cansei de te procurar e não te encontrar em canto algum e resolvi sumir de você para te dar uma boa lição e acabei gostando disso de cada um em seu lugar. Sumi. Não dei satisfação, não dei adeus, para quê? Esses dias eu só queria te ver para te dizer que eu sinto (ou sentia) muito a tua falta, mas que agora eu já arrumei um jeitinho brasileiro nessa minha vidinha safada. Eu queria te dizer que eu tenho um outro alguém, que não é lá muito diferente de você, mas eu sei onde encontrá-lo.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Qual o órgão emissor do CNPJ? E o que essas letras querem dizer? E o que ele quis dizer quando pediu meu telefone? E o que eu deveria ter dito? E o outro é tão exibido, mas eu lembro dele quando eu estava aos 16. Fazia travesseiro de areia e ficava lá o esperando sair da água. Por que o tempo passa? E por que eu não sinto a menor saudade disso aí? Não desse tempo, mas desse travesseiro de areia e da saída da água que demorava tanto que eu cansava já naquela época e ia embora.
Eu queria sair para dançar, o que ele quer dizer quando diz “pode ir”? Será que ele não quer ir ou ele quer fazer alguma coisa que eu não vou ver porque vou estar com os olhos fechados girando pelo salão? E o que ele diria se ele quisesse dançar? Ele é tão tímido, esperaria que eu insistisse.
Eu queria ter uma moto, colocar 220 km/h e me arrepender pelo resto da vida, se ainda restasse, é claro. Eu queria também ter paciência, estudantes de saúde precisam disso para poder por em prática. Prática. Prática. Por que pensar tanto e perguntar tanto e fazer tão pouco? Onde estão as verdades e as descobertas incompletas? Por que eu nunca sei de nada e por que eu sou tão perdida no tempo e no espaço e por que eu demoro tanto para chegar até o quarto quando tem uma música legal tocando? Minha dança é tão... feia.
O que o faz pensar que tem algum poder sobre mim?
“Eu não sei qual o seu nome, mas nem precisa chamar.” Ele tem um jeito sereno de ser. Ele tem um veneno amargo que às vezes eu, sei lá, me enveneno?
Hahaha, eu vim só para dizer que estou por aqui, cada vez mais vazia, meus amores, cada vez mais v a z i a .
Essa história de estudar pela manhã, estudar pela tarde e jogar pela noite me deixa cada vez mais triste. Eu nem tenho mais tempo de, sei lá, nem tenho mais tempo.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Nem Freud explica.


As mulheres choram. Ou vazam? Ou extravazam?
Homens também choram, mas é um choro diferente.
As lágrimas das mulheres têm um não sei quê que não quer chorar, um não sei quê de fragilidade, um não sei quê de amor, um não sei quê de tempero divino, que tem um efeito devastador sobre os homens...
É choro feminino. É choro de mulher...
Já viram como as mulheres conversam com os olhos?
Elas conseguem pedir uma à outra para mudar de assunto com apenas um olhar.Elas fazem um comentário sarcástico com outro olhar.
E apontam uma terceira pessoa com outro olhar.
Quantos tipos de olhar existem?
Elas conhecem todos...
Parece que freqüentam escolas diferentes das que freqüentam os homens!
E é com um desses milhões de olhares que elas enfeitiçam os homens.
EN-FEI-TI-ÇAM !
E tem mais! No tocante às profissões, por que se concentram nas áreas de Humanas?
Para estudar os homens, é claro!
Embora algumas disfarcem e estudem Exatas...Nem mesmo Freud se arriscou a adentrar nessa seara.
Ele, que estudou, como poucos, o comportamento humano, disse que a mulher era "um continente obscuro".
- LUIZ FERNANDO VERÍSSIMO.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Hey, Rá!

Sabe o que é? É que ás vezes eu me encontro pensando, apesar de tanta coisa, de tantas coisas, de tontas coisas, você está sempre aqui. Sempre aqui (L).

domingo, 15 de agosto de 2010

We don't need no education lala

A mulher comprou um vestido novo, escovou o cabelo e passou um tempão no aquecimento para poder subir no palco e cantar para a gente. Essa mulher e mais outras duas entraram e iniciaram o show. Alguns dizem que tocar/cantar em banda é coisa de vagabundo, mas alguém tem que fazer isso para esses merdas terem algo interessante para ouvir na academia, mas enfim.
A negrona estava lá cheia de energia, toda alegrinha dançando e cantando, com todo o coração, aí um filhodeumaputa metido a merda da área vip que pagou 10 reais a mais que os demais jogou a porra de um copo de cerveja na cara da mulher. É foda.
Essa galera não aprende nunca, dinheiro não compra educação, rafamezagem.

sábado, 14 de agosto de 2010

Sobe no avião e vamos dar um rolé


Passei a tarde inteira cantando umas músicas da Ana Carolina e lembrando de ti. Fiquei tentando me decidir se ensaiaria um show para quando você chegasse, se faria um show para um público qualquer e depois te contaria, se cantaria no teu ouvido ou se dedicaria aquela canção para você. Sei lá. Resolvi não mais decidir e acabei cantando para mim em frente ao espelho, assim ninguém me ouviria e também não diria “eu conheço essa canção”, assim não lembraria mais de você, assim não sentiria tanta falta de você. Talvez se eu fugisse um pouco mais de você eu nem lembrasse que você existe em algum lugar do mundo. Não me parece divertido e nem satisfatório, mas é o que posso fazer em pró da minha paz.

Eu não queria olhar para a minha cama e ver que você não estava lá. Eu sei que isso pareceu meio homossexual, mas é que você sempre ficava sentadinha ali enquanto eu fazia qualquer coisa, sempre estava tão pertinho, tão pertinho dizendo “ok, ok, muda o repertório, está cantando tudo errado”.
Mas e daí? Deus, e daí? Você sorria e parecia que era o suficiente, eu não precisava de mais nada, absolutamente nada além do seu sorriso. Daí então eu cantava “nada ficou no lugar, eu vou quebrar essas xícaras” e você ria de novo e me chamava de boba, eu cantava “xícara” com o teu sotaque, que idiota. Mas eu via graça em tudo quando você estava, você era tão linda e tão perto de mim, tão mimosa, tão doce, tão, tão, tão sentada bem ali! Tão aqui, tão perto, tão você, tão eu, tão nós. E agora somos tão aqui e aí, aqui e acolá, lá, tão longe, aqui tão perto, ainda nós, mas tão distantes.

Vem cá, de onde você veio hein sujeitinha de merda? Por que você veio se sabia que ia ter que ir embora depois? Por que chegou aqui, roubou o coração de todo mundo se sabia que quando fosse embora você iria para tão longe? Por que não faz algo por nós? Por que não manda um carta? Não chega de repente? Você é estranha mesmo, faz coisas estranhas mesmo, compra cigarros sem ser fumante, bebe sem ser alcoólatra e joga sem saber jogar. Diz que não ama sabendo que ama e finge que ama para aprender a amar. Você é tão única, tão você, tão minuciosa, tão cautelosa. Tudo seu é tão seu, tão exclusivo, tão somente seu que até dá ciúmes quando vejo outra pessoa fazendo o mesmo.
Corrige meu alemão sempre tão arranhado e esquecido, inventa uma receita qualquer, doce, salgada, com molho, sem molho, uma praia. Quer um chá? É chá verde porque gente gorda tem que aproveitar as oportunidades para tomar chá assim. Então um café, um café você aceita, usa Sensodyne para depois clarear os dentes. Hahaha. Vamos comer cuscuz, princesa, abriu uma cuscuzeria bem aqui ao lado, dá para acreditar? Um lugar que só vende cuscuz enquanto eu ouço o tempo inteiro “cuscuz eu como em casa, porra!”. Mas vamos, eu te pago um cuscuz com café e você me paga com uns sorrisos de leve e uma companhia agradável.
Eu sinto falta, porra, sinto uma falta danada das piadinhas sem graça e da Bárbara mostrando os dedos pequenos. Parece até que fui eu quem me mudei. De tarde eu quero fugir um pouco da rotina e te ligar para te dizer qualquer coisa, ou chamar para ir sentar na beira da praia e contar as ondas.

Vem tomar banho de piscina, aqui no prédio tem uma, eu sei que você vai gostar. Vem, vem, eu coloco uma música legal para tocar e a gente tem permissão para ficar ali até 17:30, dá tempo para se divertir. Depois a gente pode jogar sinuca ou totó, garanto te dar trabalho.
A gente pode voltar para casa e fazer um bolo, um bolo de banana – porque é só o que eu sei fazer .
Ah, eu posso fazer um chocolate quente para você não se sentir tão longe de casa.
A Bárbara faz as batidas para que mais tarde nós não saibamos quem nós somos por pelo menos umas duas horas e amanhã de manhã a gente pode fazer tudo de novo. Inverter a ordem dos fatores. Cuscuz no café da manhã, piscina, almoço, bolos e batidas. Parece legal agora?
Vem, princesa, senta à mesa que esse lugar é seu.
Eu morro de saudades, morro! E morrerei quantas vezes for necessário, até você voltar.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

"O coração tem status de símbolo do amor. Mas os verdadeiros culpados são o cérebro, os feromônios, a dopamina e outras coisinhas que, cá entre nós, você nunca vai desenhar num cartão romântico."

Serenata de Amor - Garoto.

domingo, 1 de agosto de 2010

Ele ficou bom. :*
SAI DAÍ, RAFAMÉÉÉÉ!!!!!!!!! heiuaheiuaheiuaeiuahueiaheiuhauehiuehae
Eita porra, essa nostalgia não cabe mais nos meus livros, nem na minha mente, nem somente na memória, está engolindo o meu coração.

Todos bem sabem

É inevitável a dor, meu amor, você não sabe? É inevitável, mas quando nunca cessa, o que se deve fazer? E quando não sabe o que fazer, o que faz?
Vem cá, me dá um abraço, desliga o celular e vamos fingir que ao menos hoje o mundo é todo nosso, dentro dessas 4 paredes, em silêncio, em paz. Vem, deita aqui, vou te contar uma história.
Era uma vez uma garotinha, traquina que não sabia ficar quieta, caía da escada, prendia o dedo na porta, tropeçava e caia com a cara no chão, levantava e corria como se o chão não fosse o seu limite. E o garotinho soltava pipa, cortava a mão com o cerol, furava o dedo com o peão e quebrava o pé jogando bola. Era uma vez uma garotinha e um rapaz, estudavam na mesma escola e nem sequer se davam conta. Lembra disso? Eles tinham amigos iguais, ouviam músicas iguais, tinham sonhos iguais e nem trocavam olhares.
Um dia, meu bem, esse garotinho e essa garotinha se encontraram pela milésima vez, como se fosse a primeira, como se não houvesse outra jamais, não tinham nada para dizer então inventaram histórias. Ele contou mentiras, contou verdades, escondeu umas outras e no fim se abraçaram, e no fim se beijaram e no fim de novo, se amaram.
Então eles viram que não importa a idade, ou o motivo, ou sei lá, a razão, a circunstância, de uma maneira ou de outra eles se machucam, de uma maneira ou de outra alguma coisa dói em algum lugar deles dois e dessa vez está doendo no coração.
É inevitável a dor, meu amor, você não sabe?

sábado, 31 de julho de 2010

"Ele também ri quando eu digo “ah, ele não entendeu nada” e olho pra ele sabendo que ele também não entende, mas pelo menos não vai embora. "

Tati B.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Segura senão cai.


"No mais estou indo embora, baby, baby."

Patativa de Assaré? Rá, ele falou assim:

"Estando desempregado o grão duque satanás
Teve uma idéia nociva horripilante e mordaz
Colocou numa caldeira, oito pipa de aguardente
Nove cobra envenenada
Um velho diabo demente
Sulfato de corrosivo, sulfeto de estriquinina
O coro de dez hiena, dez quilo de cocaína
Ragu de dez cachorro e quatro quilo de timbu
Tudo isso misturado numa caldeira a ferver
Tomou forma de gente como o diabo quis fazer
Satanás achando pouco, lambuzou merda de porco como se fosse caramelo
E a soltar pelo mundo
Batizou o vagabundo
Fernando CoLLor de MeLLo."


* Se o Collor ganhar para governador de Alagoas, na moral, é muita palhaçada.

sexta-feira, 23 de julho de 2010



So funny. Hahahha.
'Quem te conhece que te compre.'

terça-feira, 20 de julho de 2010

Vai, caralho. Leva os meus cigarros, minhas vestes, minha infância, meu sacrifício, meu silêncio, minha dor, meu amor, meu rancor, leva tudo. Vai, caralho, leva tudo. Esta porra de edifício, esse carro que nem é meu, meu isqueiro, o colírio, o telefone, a ligação, o intermédio, a linha tênue, minha fome, minha gastrite, meu estresse, meu dominó, meus livros. Leva, leva o sono, minha dor de cabeça, meu Tylenol, minhas chaves, minha porta, a saída, a entrada. Ah, leva também os meus direitos, seu viadinhodemerda. Leva os meus direitos, minha constituição federal, minha liberdade, meu habeas corpus, meus códigos penal e civil, meus professores também. Leva meus direitos, e, e, e... Leva meus deveres também! - ah, isso você não quer levar não é seu filhodeumaputa?
Leva tudo, desgraçado, mas não leva a minha paz. Leva tudo, mas esquece a minha paz.

domingo, 18 de julho de 2010

Jogue suas mãos para o céu...

Eu queria dizer para ele parar com essas coisas, mas o apelido que havia ganho o fazia se sentir bem. Ele sempre soube que não era, sempre soube que na verdade verdadeira mesmo, era só mais um prestes a morrer ou ser enquadrado. Pow pow pow! Era o hino de todos os dias.
Lindo, lindo, ele era lindo. Tinha um sorriso de causar inveja em qualquer outro fumante, uma inteligência que silenciava qualquer bobalhão que quisesse se aproximar querendo ser o melhor do pedaço, mas o espertinho voou baixo. Era – relativamente – o filhinho de papai, tinhas costas quentes, fazia merda, mas tinha quem limpasse depois. Já tinha feito outras merdas fedidas num passado não muito distante, mas enfim, não estou afim de falar no assunto.
O fato, o fato mesmo é que o gatinho está se perdendo na vida fácil. Universitário federal, o Barão do tráfico desapareceu da vida social, e eu sinto falta.
Sinto falta dos beijos e abraços e das tantas vezes que arrancou sorrisos meus.
Eu tentei dizer para ele que isso não leva a nada, que ele deve parar de decepcionar a dona Fulana que já está morta há anos e que ainda assim espera um orgulho do único filho, mas caralho, ele diz que não se importa e eu sei que chora todas as noites sentindo a falta dela. Ele sente a falta dela, quem não sentiria? Me diga, por deus, quem não sentiria a falta de uma mãe?
Se ele quisesse, se ele quisesse ele poderia me chamar de mãe, poderia, eu juro, eu permitiria. Cuidaria dele como se fosse um filho, não sustentaria a casa porque não posso, mas meu deus, lhe daria a benção antes de dormir e prepararia o jantar. Quando ele estivesse triste e deprimido eu sentaria com ele na sala fumando um cigarro e o mandando parar de fumar.
Eu poderia ser sua mãe, nada de vender drogas e nem de se atrasar para a aula, vai cortar o cabelo menino! Pára de tirar catota e vai tomar banho. Vem almoçar, benzinho, come um pouco de salada. Não ia querer o lugar dela no peito dele, nunca, jamais, só queria cuidar dele como ele nunca deixou ninguém cuidar, como ela já não pode mais cuidar. Ele precisa de ajuda, mas um “homem forte” não pode demonstrar fraqueza. Pára com isso, menino, pára com isso que o teu futuro é incerto, tem que seguir a risca o caminho que teus pais te ensinaram.
Larga isso tudo, menino, larga isso tudo que isso tudo não dá futuro a ninguém.Me ouve uma vez só, ouve o que eu tenho para dizer e se salva por mim, por você, por todos nós. Você sabe do que estou falando, faz esse favor para mim, faz? Você me prometeu que não ia me machucar, você lembra? Então pára com isso, moleque.
Bobagem.
“Não estou disposto a esquecer seu rosto de vez, e acho que é tão normal. Dizem que sou louco por eu ter um gosto assim, gostar de quem não gosta de mim... Jogue suas mãos para os céus e agradeça se acaso tiver alguém que você gostaria que estivesse sempre com você na rua na chuva, na fazenda ou numa casinha de sapê.”
Canta comigo, bebê, canta comigo que eu sei que essa música você sabe cantar, ela te ensinou, você lembra?
Na rua, na chuva, na fazenda... ou numa casinha de sapê. Ou numa casinha de sa... pê...
ESTA PORRA!

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Vai, abre tua porta e me deixa entrar. Abre o caminho e me deixa passar.

Qual das moças e seus sorrisos

Na verdade, verdade mesmo, não se sabe ao certo quem era que ele amava. Se era aquela moça com cabelo curto e dentes tortos, ou se a outra moça que até tinha os dentes no lugar, mas seu juízo já não morava mais em casa.
Pois é, a moça sem sorriso deu a luz a um menino e ninguém sabe se o rosto dele – Dele - transmitia despreocupação ou aflição. Saudades ou repúdio, vontade de abraçar ou simplesmente nada, talvez fosse fruto da imaginação da moça com sorriso que também daria a luz, mas esta era pelo olhar.
Aquele olhar corriqueiro e distante, que por muito tempo não via nada e nem ninguém e de repente estava de olho no mundo. Um olhar tão amplo que olhava por mim.
- Não se preocupa tanto assim, garota, nem tudo precisa dar errado para você. – Eu falei acendendo um cigarro e lhe oferecendo um outro.
Ela aceitou o cigarro e com ele já no bico respondeu:
- Você bem sabe, sempre soube a respeito dos desencontros, desempregos e desacertos que me perseguem. Minha vida é um jardim a beira da morte, quando uma flor desabrocha um bouquet perde o perfume, como poderia confiar nessas borboletas que nem sabem mais voar?
- Apenas confia, talvez funcione um dia. Apresento-lhe aos beija-flores.
Ela não deve ter entendido muito bem o “apresento-lhes aos beija-flores”, mas eu tentei falar que se as borboletas não lhe servem mais, não está tudo perdido, existem os beija-flores.
Ela me pediu licença e foi embora, parou bem no meio do cruzamento sem saber muito o que fazer e acabou virando para a direita e desapareceu no horizonte.
Na verdade, na verdade mesmo, ele não sabia o que queria e ela muito menos. Ela queria a infância de volta, mas não dava mais tempo, cresceu que nem viu. Agora tinha uma vida de verdade, tinha que parar de brincar. Tinha dívidas, contas, provas, desemprego, saudades, pouco tempo, pouca idade e ainda assim queria amar. Quem pode fazer isso tudo nos dias de hoje e ser feliz? Sem seqüelas, sem dores, sem contratempos.
Ela só queria mesmo chegar em casa, fazer o jantar e dormir. Só. Ela não tinha mais cachorros para levar para passear e estava meio cansada daquela vidinha medíocre que ela levava.
Ah, ela também queria reciprocidade, mas isso já era pedir demais.
Então amava quietinha, em silêncio, em seu quarto com as persianas que não paravam de cantarolar ‘ra ta ta ta’ quando o vento batia. Como uma metralhadora do Vietnã, como seu coração.
Então ela amava em demasiado e por tanto amar se desfalecia em penas de ganso, naquele travesseiro que havia se tornado o seu melhor amigo, que guardava seus maiores segredos e medos e choros e lágrimas e dores e tudo o que ninguém mais via.
E quando chegava a manhã começava tudo de novo. Meia caneca de café, aula, coração aos prantos enquanto esperava sozinha no ponto do ônibus e quando ele chegava estava lotado de pessoas também sozinhas, fedendo, calorento, sujo. Estômago de aço. Vida cretina.