Agora a noite é vazia
A esperança é o dia
E as estradas cruzadas para lhe encontrar
Vou guardar os segredos, fingir não ter medo
E a ferida ainda aberta vai cicatrizar
Vou guardar seu perfume, mudar meus costumes
Morar na varanda e te pedir ao luar
Vou querer o abraço, o gingado, o compasso, o enlaço
Vou lembrar do sorriso e desviar o olhar
Vou deixar a aliança, guardar a lembrança
E não deixar a saudade chegar e matar
Vou fingir que não ligo, esquecer o abrigo
Que o seu coração me pediu para ficar
Vou desfazer essa mesa
E a vontade ainda presa
Eu vou segurar para não me enforcar
Vou lhe furar com o espinho
Beber o seu vinho
E com saudade vou me embebedar
Jogar a flor morta
Fechar essa porta
E garantir você não mais entrar.