domingo, 1 de agosto de 2010

Todos bem sabem

É inevitável a dor, meu amor, você não sabe? É inevitável, mas quando nunca cessa, o que se deve fazer? E quando não sabe o que fazer, o que faz?
Vem cá, me dá um abraço, desliga o celular e vamos fingir que ao menos hoje o mundo é todo nosso, dentro dessas 4 paredes, em silêncio, em paz. Vem, deita aqui, vou te contar uma história.
Era uma vez uma garotinha, traquina que não sabia ficar quieta, caía da escada, prendia o dedo na porta, tropeçava e caia com a cara no chão, levantava e corria como se o chão não fosse o seu limite. E o garotinho soltava pipa, cortava a mão com o cerol, furava o dedo com o peão e quebrava o pé jogando bola. Era uma vez uma garotinha e um rapaz, estudavam na mesma escola e nem sequer se davam conta. Lembra disso? Eles tinham amigos iguais, ouviam músicas iguais, tinham sonhos iguais e nem trocavam olhares.
Um dia, meu bem, esse garotinho e essa garotinha se encontraram pela milésima vez, como se fosse a primeira, como se não houvesse outra jamais, não tinham nada para dizer então inventaram histórias. Ele contou mentiras, contou verdades, escondeu umas outras e no fim se abraçaram, e no fim se beijaram e no fim de novo, se amaram.
Então eles viram que não importa a idade, ou o motivo, ou sei lá, a razão, a circunstância, de uma maneira ou de outra eles se machucam, de uma maneira ou de outra alguma coisa dói em algum lugar deles dois e dessa vez está doendo no coração.
É inevitável a dor, meu amor, você não sabe?

Nenhum comentário: