terça-feira, 26 de outubro de 2010

Oh, bela Anne, enquanto lia o que você dizia, pensava em como alguém poderia ser tão imbecil. Ele te mentia tanto, querida, ele te escondia tanto e você sabia, Anne! Você sabia! Você sabia e fingia que não, e fingiu que não até não poder mais e ainda assim, fingiu mais um pouco que não. Oh, bela Anne, pensava em como alguém poderia ser tão cega e tão frígida. Você dizia apenas que fazia aquilo porque o amava e Anne, quando eu lia você dizendo o quanto o amava, meu coração enchia de amor que eu aprendi a cegar, aprendi a fingir, e suporto até onde posso, até não poder mais e quando não puder, poderei um pouco mais. Oh, bela Anne. Não merecemos nada disso e se por acaso merecermos, será por um motivo banal, eu sei, eu sinto. Você também sente, princesa, sente e muito. Mas você tem Jennifer para amamentar, se apegar e te amar incondicionalmente e eu, bela Anne? E eu? A quem me apego se meu coração fede como uma pocilga? A quem me apego, bela Anne? A quem me prendo e quem me protege quando algo mau vem me consumir? Ninguém me protege, bela Anne, somente o sono. Somente o sono me protege de ver aquilo que me machuca. Boa noite, bela Anne.

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