Ano passado entrou um menino na minha sala que é a coisa mais bonita de se ver. Ele tem os olhos mais brilhantes e a barba por fazer mais formosa que eu já vi em toda, eu disse t o d a a porrada minha vida.
Então eu esperei até o fim da chamada para descobrir o nome dele, sendo que eu esqueci a porra do nome dele. Lembrava só do "Fulanodetal".
O ano acabou e não trocamos uma palavra sequer, ele nunca me via. Eu poderia sambar no birô que ele não ia reparar em mim.
Oh, Fulanodetal, tenho algo a lhe dizer, se você soubesse como esperei o tempo todo por você.
Nas voltas que a vida dá, o cara de camisa xadrez e que sempre esquecia o caderno é ex marido da minha amiga. Claro. Ex marido de uma amiga. Aí enfim, o fim.
Ano novo, vida nova, turma antiga. Achei que ele não fosse mais voltar.
Em pleno mês de março os olhinhos brilhantes clareiam a sala de aula, tentei puxar conversa, mas é um rei de poucas palavras.
- Cadê seu caderno?
- É, não trouxe...
- Ah...
Fim.
Sendo que hoje ele tirou a barba!
- Cadê sua barba?
- Eu falhei aí tive que tirar tudo, não gosto de ficar sem barba.
Ele pode ter dito um livro ali na minha frente que tudo o que eu me lembro depois disso é de tentar me desafogar dos olhos dele. Coisa linda.
- Erm, a aula ainda não começou, quer ficar ali conosco?
- É melhor subir...
- Opa, ok, então. Até já já!
O intervalo durou uma eternidade até a hora de vê-lo novamente.
Quando a aula acabou aquela voz suave falou:
- Ei, me empresta o seu caderno?
Mostrei uma folha que tinha em mãos e disse:
- Iiihhhh, eu não trouxe!
Então ele sorriu - com o sorriso lindo - dizendo:
- Só queria saber seu nome, na verdade.
Morri mil vezes em dois segundos e disse:
- Juciana. Juci. Poderia ter esperado a chamada. Hahaha
Quase completava: Como eu fiz um dia!
Nota de rodapé: No fim se transformou em ilusão. Beijos.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário