quinta-feira, 2 de abril de 2009

No dia em que você for embora, eu viro pó.


São seus abraços que me demoram anos e me sonham séculos, é seu afago.
Seu ombro que suporta a dor da minha cabeça e o peso da minha consciência, é seu sorriso que alimenta a minha plenitude e a sua atenção que derrota a angústia tão plena e serena que habita onde nada mais há, e é o cheiro do seu vinho que me embriaga e me faz perder o sentido, qual sentido? Não faz sentido você me deixar por aqui.
Você sabe, no dia em que você for embora, eu viro pó.
“ Eu volto e cheiro você todinha só para te levar comigo.”
Se não prometer eu não choro, ou choro por dentro em qualquer circunstância. Eu te amo e leve em você um pouco da minha audácia por não ter muito o que fazer com ela caso eu esteja aos pedaços ou no mínimo sem você por perto. É difícil seguir em frente quando tem um passado tão lindo e quer prender-se a ele tão sutilmente por um tempo qualquer. É burrice, eu sei, mas parece ser o mais doce a se fazer no momento.
E o momento em questão, é o momento na qual eu fico sem chão, fico procurando um esconderijo para escapar da perseguição incansável da saudade, mas é sem sucesso. A saudade não sai mais de mim.
E meu corpo inteiro está encharcado das lágrimas que foram escorrendo uma a uma, numa calma de dar dó. Escorreram tão levemente pelo seio, estômago, umbigo, perna e asfalto. Até formar uma poça bem grande, mas não o suficiente para eu me afogar.
E aonde você vai? Para onde você pensa que vai? Eu já sei, seu silêncio sublime é capaz de dizer o que o português inteiro não diria, vai procurar novos horizontes. Faça valer a promessa, me leve com você. Dentro da carteira de cigarro, como um vício. Dentro do tanque, como combustível. Dentro da mala, como uma necessidade. Apenas me leve.
E por aqui, as coisas vão ficar esquisitas. Estilo um vazio que nunca preenche, ou até mesmo – quem sabe – um café que nunca está tão quente, ou um escuro que nunca cega os olhos curiosos.
Ou aquela dor que nem dói mais depois de tanto costume, ou talvez sempre doa, mas há outras dores que desviam a nossa atenção – e dessas, eu sinto muito bem.
Contudo, tudo permanece sem fundamento. Tal qual um sol que nunca raia, ou um show lindo que acabamos sendo obrigados a nos acostumar com o final, ou tal qual a imperfeição que vai subindo pelas pernas já alcançando a cintura e subindo, subindo. Ou aquele martírio interno que parece não ter fim e ainda tem que ser moldurado com um sorriso no rosto, dos piores.
E eu tenho andado mil léguas para não te perder de vista, procurando um aposento bem perto para te olhar o dia inteiro e não cansar, por saber que é em você que se esconde a minha plenitude, minha força. Você bem sabe que aonde você for um pedaço gigante de mim te seguirá, e sem saber você me guiará para o paraíso.
Já posso sentir o Malbec entrando pela porta entreaberta e invadindo meu recinto, e ouvir as gargalhadas tomando conta da música que fica tão pobre quando você sorri, e o céu que fica tão perto quando você me toca.
Você é meu amigo, meu anjo e quanto mais distante me parece estar, mais lentamente o meu coração parece bater. É, Bonitinho das Tapiocas, o drama foi grande, mas você sabe: Eu te amo.
P.S.: É ele quem "samba o samba do Crioulo Doido", o Allyson. Huihsuiahsuiahs

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