Um dia eu achei que tudo estava muito bem e sem querer me apaixonei por um rapaz.
Ele nem sabia que em algum lugar do mundo eu existia, ou talvez soubesse, mas ainda não havia me conhecido. E o destino, irônico como sempre e nunca falhou, fez-se útil e uniu-me a ele. E da maneira mais imoderada possível, mais desenfreada, ele diante de meus olhos é a personificação da perfeição, pois seus defeitos são tão minúsculos que se perdem entre um sorriso e outro e nunca me parecem vivos.
Com o tempo, parcialmente curto, criamos um vínculo, o dono dos meus sonhos e desejos é gay, e eu respeito.
Apesar de que meu pobre coração em apuros não resistiu e espatifou, mas ninguém viu.
A situação é a mesma, embora tenhamos aqui personagens de uma mesma peça, mas invertidos, se é que você me entende.
Ele não é meu, nunca vai ser meu, mas eu digo desde já que eu não posso mais viver sem ele.
E por mais que você diga que eu não poder é exagero por demais, eu salto na frente e esclareço: Eu posso, eu não quero.
Essa história de alma gêmea, metade da laranja, tampa da panela, não é verídica. Os amores mudam, as coisas renovam, as coisas acontecem sem que você tenha a extrema necessidade de procurar. Vez ou outra, o “alvo” é incerto e você vê que quem você procurava estava em um ângulo tão distorcido que nem a visão periférica captou, as coisas acontecem, simplesmente acontecem. Enquanto outras vezes você quer muito que se encaixem, mas não dá certo.
E o incerto tantas vezes é o melhor que poderia lhe acontecer e você fica sem saber decifrar o que deveras sente, como aquele cara falou “Não sei se é trágico ou mágico”.
Pois eu sei, é mágico.
Eu já ouvi música e pensei nela, lembrei da voz dela e do jeito bonito que ela tem de falar. Escrevi um retalho de crônica e pensei nela, de quando ela entrava e saía do mar. Vi uma estrela cadente e pensei nela novamente, a cor da estrela lembrava os fios soltos do cabelo dela. E isso não te machuca, isso não me machuca, isso não machuca ninguém. Quanto custa deixar tudo como está e o que tiver que ser, será? Eu pago o dobro – se dividir no cartão.
Mas é aquela história, se não for ela, não será mais nenhuma. É uma regra que eu tive a audácia de impor para mim mesma para parar com essa coisa de agir sem estribeiras, embora seja natural da minha pessoa – manda beijo.
Na verdade, acho que você está confusa demais. É muita coisa na sua cabeça, minha menina, e se por acaso afastar-se de mim é a maneira mais fácil de fugir de uma bobagem como essa, faça-o, mas não volte, eu sou prática. Não costumo ficar esperando por quem pede arrego, por quem pede penico.
Eu me conheço há dezoito, quase dezenove anos, e daqui a poucos dias eu estarei rindo disso que aconteceu. Vai entrar na minha história: O dia em que o impossível veio à tona, ou quem sabe, falar como Caio Fernando: O amor não é para o meu bico.
Vai ficar tudo bem. Como acabei de falar, em poucos dias isso acaba. Ele continuará com ele, você continuará com ele, ela continuará com ela e eu continuarei aqui escrevendo as coisas que eu passei a vida inteira guardando dentro de mim.
Eu já vi esse filme.
Ele nem sabia que em algum lugar do mundo eu existia, ou talvez soubesse, mas ainda não havia me conhecido. E o destino, irônico como sempre e nunca falhou, fez-se útil e uniu-me a ele. E da maneira mais imoderada possível, mais desenfreada, ele diante de meus olhos é a personificação da perfeição, pois seus defeitos são tão minúsculos que se perdem entre um sorriso e outro e nunca me parecem vivos.
Com o tempo, parcialmente curto, criamos um vínculo, o dono dos meus sonhos e desejos é gay, e eu respeito.
Apesar de que meu pobre coração em apuros não resistiu e espatifou, mas ninguém viu.
A situação é a mesma, embora tenhamos aqui personagens de uma mesma peça, mas invertidos, se é que você me entende.
Ele não é meu, nunca vai ser meu, mas eu digo desde já que eu não posso mais viver sem ele.
E por mais que você diga que eu não poder é exagero por demais, eu salto na frente e esclareço: Eu posso, eu não quero.
Essa história de alma gêmea, metade da laranja, tampa da panela, não é verídica. Os amores mudam, as coisas renovam, as coisas acontecem sem que você tenha a extrema necessidade de procurar. Vez ou outra, o “alvo” é incerto e você vê que quem você procurava estava em um ângulo tão distorcido que nem a visão periférica captou, as coisas acontecem, simplesmente acontecem. Enquanto outras vezes você quer muito que se encaixem, mas não dá certo.
E o incerto tantas vezes é o melhor que poderia lhe acontecer e você fica sem saber decifrar o que deveras sente, como aquele cara falou “Não sei se é trágico ou mágico”.
Pois eu sei, é mágico.
Eu já ouvi música e pensei nela, lembrei da voz dela e do jeito bonito que ela tem de falar. Escrevi um retalho de crônica e pensei nela, de quando ela entrava e saía do mar. Vi uma estrela cadente e pensei nela novamente, a cor da estrela lembrava os fios soltos do cabelo dela. E isso não te machuca, isso não me machuca, isso não machuca ninguém. Quanto custa deixar tudo como está e o que tiver que ser, será? Eu pago o dobro – se dividir no cartão.
Mas é aquela história, se não for ela, não será mais nenhuma. É uma regra que eu tive a audácia de impor para mim mesma para parar com essa coisa de agir sem estribeiras, embora seja natural da minha pessoa – manda beijo.
Na verdade, acho que você está confusa demais. É muita coisa na sua cabeça, minha menina, e se por acaso afastar-se de mim é a maneira mais fácil de fugir de uma bobagem como essa, faça-o, mas não volte, eu sou prática. Não costumo ficar esperando por quem pede arrego, por quem pede penico.
Eu me conheço há dezoito, quase dezenove anos, e daqui a poucos dias eu estarei rindo disso que aconteceu. Vai entrar na minha história: O dia em que o impossível veio à tona, ou quem sabe, falar como Caio Fernando: O amor não é para o meu bico.
Vai ficar tudo bem. Como acabei de falar, em poucos dias isso acaba. Ele continuará com ele, você continuará com ele, ela continuará com ela e eu continuarei aqui escrevendo as coisas que eu passei a vida inteira guardando dentro de mim.
Eu já vi esse filme.
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