segunda-feira, 25 de maio de 2009

Azul.

Sentar no chão de terra ou deitar e rolar na grama, sentir o sereno beijar a pele, abraçar com fervor o vento fresco, o canto dos pássaros, fazer uma fogueira e cantar. Tomar banho de rio, contar histórias de terror, dançar qualquer música, apenas dançar.
Subir no pé de caju e pegar os maiores e mais amarelos, depois colocar para gelar, cortar em fatias, colocar açúcar e voltar aos meus 12 anos.
Morrer de nostalgia e ressuscitar nos braços de quem mais amo. Tocar violão, tomar café, fumar. Rir, abraçar o Azulino, dizer que o amo sem que ele ouça e sentir que não preciso de mais nada. Quero isso tudo para agora, para já.
Pés descalços, chão frio, noite fria, não querer que amanheça pelos próximos 40 dias, 40 anos. Querer ter para sempre quem nunca teve por instantes, mas ainda assim, não desistir.
Escrever poemas como as moças de décadas atrás, sinhá. Nem polícia, nem vizinhos, nem computador, tirar a cidade de perto.
Segurar a mão do Azulino, olhar no olhar do Azulino e ver que meu dia não começa enquanto não vejo os olhos dele. Há dois dias que meus dias não são dias. Faça meu dia começar.

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