quinta-feira, 4 de abril de 2013

  Porque quando a espera é longa, cansa. Quando se sobe demais, pode cair. E de quanto mais alto se cai, mais machuca.
  Porque ninguém chega pedindo por amor sem antes dar motivos para isso, porque ninguém pede, ninguém compra, ninguém encomenda a porra do amor. Ele vem. Da casa da peste, ninguém sabe de onde, ele vem.
  Ele vem quando você nem percebe, no meio de uma conversa, no tique nervoso, no chute torto, no filme preferido, na palavra inventada nem se sabe por quem.
  Porque não custa nada tratar bem, não custa nada não amar, mas também não roubar encantos.
  Não roube os encantos, eles criam poesias.
  Porque limpar demais, suja. Maquiar demais tira a beleza, não traz, não deixa, não guarda. Ela sai na água.
  Não custa nada retribuir com o que pode, de bom. Todo mundo tem algo bom, por que não?
  Porque ninguém quer saber para onde vai, quer saber se vem. Se vai chegar, se vai demorar, se perdeu a hora, se lembrou, se não esqueceu.
  Ninguém troca o certo pelo duvidoso quando não tem esperança, quando não acha que vai dar certo.
  Porque arrisca, há risco, há risco nas paredes, no espelho, no caderno. Sem tinta. Há risco, arrisco. Há risco sem tinta.
 Porque é preciso interpretar olhares, pegadas, atitudes e quando complica demais nem sempre se quer desvendar. Não que prefira o fácil e sim que prefira o que há retorno.
  Porque perder o sono não dá mais cansaço. Porque pensar demais no mesmo não fadiga, não enche, é bom, faz bem.
 Sem doce, sem temperamento frágil. Por favor, uma dose de decisão com caráter. Um brinde ao pedido anterior, anterior de agora e de muito tempo atrás, em nome da l i b e r d a d e .

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