terça-feira, 2 de dezembro de 2008

O abrir dos olhos.


E no decorrer da vida você descobre grandes pessoas naquelas que lhe pareciam tão pequenas, e as que cobriam toda a sua visão do resto do mundo de tão grandes que eram, passam a ser bem pequenininhas, como miniatura que vem de brinde.
Você senta no mesmo banco de sempre, com as mesmas pessoas de sempre, conversa o mesmo assunto de sempre e tudo parece ser igual, sempre. Então resolve ficar cinco minutos em silêncio e tudo muda de posição. A moça meiga, na verdade é psicótica, mal sabe onde pôr os pés. A mais bonita é desbocada, inconseqüente, mal sabe respeitar os mais velhos. Os inteligentes são chatos, os sem pernas são os que mais correm atrás de sonhos e os sem futuro, são os que mais sonham, mais planejam, mas a seu ver, na verdade, são todos iguais.
Afinal, são seus amigos, não são?
Até que começam a te afetar.
[Pare de pensar que isso é para você ou para ele, não é, que saco.]
Até que os olhos começam a enxergar além das aparências, até que a pele consegue sentir a leveza da nova era e o olfato começa a ativar o cheiro da primavera. Tudo parece tão mais claro agora. Quando estamos com os olhos fechados, fica difícil enxergar, não concorda não?
Pois é.
Tão bom valorizar quem mais merece, relembrar velhos tempos, abraçar quem realmente gostaria de ganhar um abraço seu, quem você sente tanta falta e quase nunca diz isso.
Tão bom não tocar o chão, flutuar de tanta leveza do lado de dentro, e tentar preencher o vazio com risos (que lhe são roubados muitas vezes), por mais que seja em vão.
Às vezes dá vontade de sair gritando tanta coisa pela rua e às vezes dá vontade de deitar e dormir, estranho como as controvérsias da vida fazem a diferença num texto escrito, ou não tanta para muitos, mas para mim faz um imensa, singela, mas imensa.
Eu só queria dizer que eu encontrei quem eu não procurava, mas sei que encontrei.
Não que eu tenha firmeza o suficiente para dizer que é ele, mas tenho o suficiente para dizer que com certeza, pode ser ele.
As críticas eu posso até ouvir, mas só me servirão de inspiração para o resto da minha vida. Os elogios eu posso ouvir também, mas não me elevarão, ou não tanto assim.
A vida fica tão vazia quando ele, ela, e alguns poucos outros não estão, mas fica muito mais vazia quando eu não estou. E se eu não estou é porque algo deu errado, porque eu estou mesmo muito afim de aproveitar minha juventude, o tempo está passando, ele não me espera.

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