quarta-feira, 10 de setembro de 2008

... Pla... Pla... Platônico.


E essa é aquela hora que você olha para dentro de si, recolhe os pedacinhos e faz deles um castelo. Para tentar encontrar beleza nas ruínas.
Não sei se você sabe como é, sei que eu sei e não é nada muito agradável e nem recomendável para quem não quer se jogar num abismo.
Portanto, abismo, aí vou eu.
Ele não faz o tipo que eu consiga segurar com as mãos, então, por favor, quando eu disser que não sinto absolutamente nada por ele e que ele não me dói nem um instante, faça o favor de acreditar, não quero pensar muito sobre isso.
Ele não vale um vintém, não que eu valha algum, mas gostaria muito de investir todas as minhas economias nele.
Agora já foi, ele já se foi. Não que ele não vá mais voltar, eu que não queria nem que ele fosse. Agora já foi, ele já se foi.
E eu sei que eu não vou me desengonçar de amores por ele, sei que em pouco tempo será só mais um contato nas ruas sem fim deste grande bordel que se chama Maceió, mas eu sinto saudades dele.
Passo um dia, passo dois e no terceiro já não vejo mais o chão. Meu peito incha de ternura e não dá para esvaziar se eu não lhe abraçar e trocarmos horas de conversa.
E essa é a hora que eu me emputeço, horas de conversa? Quem disse que eu quero conversar sobre a garota que ele quer ficar ou sobre seu relacionamento passado? Quero conversar sobre livros, andar de mãos dadas e conversar sobre um relacionamento presente que nem ao menos está sendo construído. Que merda, que grande merda.
Meu castelo está muito frágil, nem minha teimosia o sustenta. E ele que não venha me avisar novamente para não me apaixonar por ele porque disto eu já estou ciente, mas alguém, por favor, diz para ele que eu também não sou boa peça e dessa vez eu também estou afim de brincar. Mentira, eu quero ser levada a sério. Mas é que essa história de “eu não mereço seus sentimentos” de ambas as partes está me dando dor de cabeça, e já basta a minha Gastrite para não me deixar dormir.
Se bem que eu não costumo dormir na claridade, e tem um sorriso danado que ele esqueceu no meu quarto que ilumina tudo a madrugada inteira, está aí mais um motivo para eu ser um zumbi na manhã seguinte.
E ele ainda me vem fazendo piadinhas sobre o argentino vindo das terras de Beuzebu que eu mal quero ouvir falar o nome, não sinto falta, ele que me esqueça.
Eu quero o outro lá, o entorpecente em forma de rapaz, o alucinógeno em forma de menino que me perturba por dentro e eu ainda tenho que guardar isso para mim, como se já não bastasse.
Ah, e hoje ele ainda veio me dizer que talvez vá embora.
Embora? Se ao meu lado ele já está tão longe, imagina quando for embora, estará mais distante ainda. E então, o que poderei fazer sem as “horas de conversa” para me consolar?
Eu não vou me apaixonar por ele, mas eu bem que gostaria de poder continuar alimentando esse vício, é tão saudável, me faz tão bem.
Eu nunca vou tomar jeito na vida mesmo, já cheguei a essa conclusão. Terei que me acostumar com os amores escondidos nos filmes e nas páginas dos livros, porque na minha rua ele não se escondeu.
E dessa ausência eu já deveria estar cheia, mas acredite, não estou. É bem melhor ausência do que quer, tentar conseguir e conseguir um dia, quem sabe. Essa dúvida acaba comigo. Amor latente, que inferno.
Mas como eu ia dizendo, é melhor isso tudo que esborrar de nostalgia, esborrar de dor cadente que não tem nem mais para onde correr.
Mas, hey, heroína em forma de menino!
Não se apaixone por mim, eu também não vou me apaixonar por você.
Rum.

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