quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Disfarce.



Eu até tento lhe dizer meias palavras, ser menos óbvia, ser menos clara. Mas de uma maneira ou de outra, você sempre me interpreta mal e a gente sempre se esbarra.
Então eu falo por inteiro, arrisco meu orgulho e falo tudo claramente. Digo o que quero, o que sinto e quem fui a minha vida toda e você ainda acha que é tudo uma brincadeira, uma peça de teatro ou um pedaço do espetáculo bem ensaiado do circo da vida.
Então, meu amor, quem sou eu para contrariar suas intenções comigo? Quem sou eu para modificar seus pensamentos em relação a mim? Não passo de uma garota vazia em aspectos na qual eu gostaria de estar muito preenchida, como por exemplo a tal da paciência e da compreensão quando você me vem com historinhas mal contadas e um pseudo-sentimento precipitado.
Diversas foram as vezes que eu pensei que não passaria da porta da rua por ter receio de esbarrar contigo no caminho e não saber o que fazer, não saber o que dizer ou simplesmente saber demais. Fingir que você é só meu amiguinho e que vamos trocar umas figurinhas de álbum de super heróis no final da tarde. Você não entende mesmo, não é?
É um idiota mesmo, não é?
Quer que eu escreva na minha testa que é em você que tenho pensado nos últimos dias? Quer que eu divulgue no jornal que você é a minha notícia primordial das manhãs, tarde e noites?
Não é tão complicado assim interpretar alguém que fala e fala algo repetitivamente e finge que é brincando, mas não tente me interpretar, tenho medo de você.
Sabe-se lá o que você vai pensar e se por acaso pensar o contrário? Melhor me perguntar, prometo que não vou mentir. Até porque se tem algo que me incomoda por demais é a porra de uma mentira. Apenas seja sincero, como você sempre foi.
E não me diga que vai quando não puder ir, diga que acha que vai, que vai tentar ir, mas não diga que vai pois eu fico aflita. Sem saber o que fazer com os minutos que passam e você não chega, sem cessar a paranóia de que talvez eu nunca mais te veja, eu também sinto medo às vezes. Eu sei que você acha que não por talvez eu não deixar transparecer, mas eu sinto medo às vezes. E gostaria mesmo de que você ficasse por aqui para sempre ou pelo menos por um longo tempo de vida, só para me fazer feliz alguns instantes.
Eu tenho dúvidas quanto a você. Sobre o que você pensa, sobre o que você diz, sobre o que você quer dizer. E eu sei que você também não entende claramente meus olhinhos que ficam brilhando feito pedrinhas de Ametista, mas é tão inevitável não sorrir e/ou ficar feliz quando você está por perto.
Você se fez essencial, você se faz. Me faz rir, me faz raiva, me tira do sério e depois me coloca no lugar. Você talvez seja quem eu procurei nos últimos tempos, porém talvez não seja e a probabilidade para isso é tamanha que nem cabe nesta folha. Mas, quanto me custa tentar?

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