sábado, 14 de junho de 2008

Tudo o que eu não contruí.



Eu não estava chateada, com nada.
Aliás, eu estava sim.
Na verdade, "chateada" é um termo até bem delicado, prefiro "Eu estava puta mesmo!".
Termos vulgares descrevem com mais simplicidade, desculpa.
Bem, estava puta porque estou de saco cheio dessa porra de efeito estufa, não se pode mais usar uma roupa mais composta que o calor lhe derrete até os neurônios. De saco cheio dessa gente mesquinha, acostumada a trocar uma tarde de leitura por uma tarde inútil fazendo compras e falando da vida alheia.
Estou puta porque não suporto mais olhar para todos os lados e ver o mundo desmoronando, ver pessoas caindo e ver que quem tem mais dinheiro comanda os mais necessitados. Isso é ridículo.
Eu não quero mais ter que me apaixonar e me desapaixonar em seguida, não quero mais ter que aceitar certas coisas como elas são só porque os mundanos são medrosos demais para dar um basta, para encarar de frente os problemas sociais e não-sociais.
Não foi esse o futuro que eu construí quando eu era criança, não é esse e nem pior que esse o futuro que eu quero que meus filhos vivam.
Quero construir algo bom para eles, para os filhos das outras pessoas, para os filhos dos soldados que estão em guerra matando e morrendo para tentar colocar o mundo de volta no eixo, vidas tiradas e nada de resultado.
Estou puta com a minha burrice, e mais puta ainda coma burrice de todos vocês.
Eu não quero mais tantos gritos, quero diálogos.
Não quero mais tanto inferno, quero paz.
Não quero mais uma mera atração ou paixão de fim de semana, quero uma mor de verdade que mec conte uma piada, me abrace, me diga que vai dar tudo certo e no fim das contas, me ame de verdade. De verdade.
Pronto, falei.

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