quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Cansado vazio.


E se me fazia sorrir, era demasiadamente. Mas quando me fazia doer, era sem piedade.
No mundo há milhões, bilhões, incontáveis “lhões” de pessoas e meu coração achou de correr atrás logo do seu, o mais problemático e vazio que há.
Não que eu não quisesse, não que eu queira, não que eu um dia não venha a querer, mas eu só queria, na verdade, um pouco de paz. Daquele tipo de paz onde nada lhe afeta, nem uma criança aos prantos.
E se me fez bem, foi bem para o ano inteiro. Mas quando me fez mal, foi mal até janeiro.
Sabe-se lá qual a direção que eu queria seguir, sempre que te encontro as coisas perdem o sentido mesmo, e o norte e o sol para mim são leste e oeste, são outros cardeais, os mesmos, tanto faz.
Eu bem sei o que é se jogar numa cama macia, numa noite fria e não pensar em ninguém, e isso é vazio, isso é coração vazio e isso me dói também.
Sei ver a arte, a música, o show e não querer te ligar, é o tempo que passa e algumas coisas acabam por perder o sentido, o entusiasmo, o afeto. Eu estou lhe perdendo por inteiro e isso não está me fazendo chorar.
E tudo vai se juntando aqui dentro e de repente eu só consigo ouvir o barulho da confusão, um sentimento querendo tomar o lugar do outro e eu querendo apenas que você suma para que eu possa respirar e dormir em paz, sem gritos, nem barulhos, nem bofetadas.
E você nem me abraça, até um colega da escola me dá um caloroso “Bom dia” e me abraça com carinho, você não. Nem me liga para perguntar o que farei no Halloween, não me visita para beber um pouco d’água e depois me aparece com ladainhas fajutas, mentiras sujas e propostas indecentes, como pedir para que eu possa te amar. Não posso, desculpa aí.
Quando eu podia você falou que era impossível e que isso e aquilo e aquilo outro, e nem perguntou se doeu, mas eu respondo por aqui: Foi como apagar um cigarro na minha língua, estúpido.
Eu não posso negar que vez ou outra eu acabo lembrando de você, do seu sorriso que vai consumindo o meu quarto aos pouquinhos e pouquinhos e do seu cheiro que fica impregnado na minha sala de estar, mas vamos e venhamos, isso já está virando cena de picadeiro, mas já está acabando, relaxe que é só até janeiro. E eu espero honestamente que acabe em breve e vá embora de vez, de um jeito que nunca mais volte porque eu já estou cansada de homem besta querendo tomar conta da minha vida.
Eu vou acabar sendo uma velha sozinha, escrevendo num livro com folhas brancas e bebendo café o dia inteiro para me manter acordada por ter medo de dormir e nunca mais acordar. O pior é que se mesmo depois de tanto tempo, depois de tanta coisa, você ainda bater na minha porta. Eu vou abrir.
Mas daqui para frente espero poder me apaixonar milhões, bilhões e tantos “lhões” de vezes possíveis, e espero que você se perca numa dessas só para aprender a não fazer pouco de sentimento alheio.
... Não, quero me perder apenas por quem queira se perder por mim. Deste tipo de paixonite eu também já estou cheia, cheia!

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