sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Levou-me o coração.

E não me resta mais nada, só os restos, os restos.
Os retalhos, os alhos, os bugalhos, o pouco que me resta é resto.
Eu te amo, eu te amo, eu me amo, eu te amo.
Bem-me-quer, mal -me-quer, não-me-quer.
Eis a questão: Deve-se amar mesmo quando parece ser em vão?

Já disse um poeta, poetiza, não sei:
O amor que dura, é o amor não correspondido.
E eu amo, e isso dura, e perdura, e machuca
Me arranca o abrigo, contradiz o que eu digo e mente, mas mente.
Machuca tanto que eu me sinto doente, em mente.
Machuca aos meus olhos, aos olhos de quem não vê é doce
Machuca ao meu ver, ao ver de quem não vê é fácil
E ao de quem não ama, não tem sentido algum.

Tenta, tenta amar o espaço
Tenta amar o vento que você nem consegue segurar com uma das mãos
Tenta amar o vulto, o silêncio, o escuro
O pardo, o triste, o oculto, obscuro
As trevas, o medo, a saudade
Tenta amar aquilo que você não pode tocar
Depois você me diz se dói ou se alisa.

Pois não me resta mais nada, nada vezes nada
Não me resta nem resto do resto, só o resto do que restou de um desejo cruel e indesejável
Nada concreto.
Coração em pedaços, memória, um fracasso
Dois fracassos, um passo em falso
O falso, o abstrato, o coração sem direção
Mais uma vez, uma vez mais
E eis a questão: Quem sobrevive? O que mais ama ou o que nem ama mais?
É, eis a questão.

Um comentário:

Karen disse...

é a imagem da tela do meu celular x)

roubei do cel do kadu!