sábado, 9 de agosto de 2008

Coração contra razão e eu no meio sem saber quem socorrer.


Você poderia vir aqui vez ou outra, poderia me mandar flores, poderia me ligar mais vezes e poderia me abraçar mais vezes. Ou não, deixa tudo como está. Você fica do lado de lá e eu fico do lado de cá como tudo começou. Eu tenho medo de você, ou melhor, tenho medo de mim. Você se tornou tão significante de repente que tenho receio de te ver ir embora e doer em mim, e só depois de muito tempo descobrir que essa dor nem me dói mais de tantas cicatrizes uma por cima da outra que foi criando e criando e protegendo o território. Meu coração nem tem mais estrutura de coração, só bate feito um e sente feito um, mas não chora como um, não chora como antes.
Está há um bom tempo sem chorar então não o incomode, deixe-o dormir esta noite.
And one more time, and tomorrow again, and again and again e outra vez mais.
Apenas deixe-o em paz se você não for cuidar dele depois que ele estiver aos prantos e derrubando tudo o que estiver sobre a mesa por não saber mais o que fazer.
Deixe-o perambulando sozinho sem sair do lugar. Deixe-o.
Se você não for acordar ao meu lado amanhã de manhã, não me faça dormir. E se não souber dançar, não me faça levantar dessa cadeira porque estou cansada por demais.
Passei a noite inteira correndo atrás de meus sonhos que fugiram pela janela e correram naquela direção, uma ladeira enorme e ainda assim não os alcancei. Espera aí, você também não cansou não? Você foge dos meus sonhos todas as noites e volta de repente que quando eu vejo, já estou contigo de novo, mesmo que seja só em pensamentos.
Queria eu poder saber o que você deveras pensa quando fala o que, de fato, não é o que parece falar. Queria também poder saber que chave você copiou para chegar aqui, abrir a porta, sentar e tomar um chá sem eu nem ficar sabendo.
Pode se apossar de mim, vamos, pode usufruir da minha beleza e da minha dor, se isso te faz feliz.
Pode me perseguir pelos cantos mesmo sem saber que está comigo. Nas conversas, nos sonhos, nas madrugadas e nos meus textos, como eu estou fazendo agora.
Caralho, já estou te colocando na minha vida e você nem sequer me disse se vai ficar.
Aliás, me diz logo, porque eu tenho 18 anos e sou virgem e quero logo uma resposta concreta porque eu tenho tempo a perder se isso não for dar futuro nenhum.
E eu queria mesmo me cansar de esperar por você e cansar das coisas que você fala só para me impressionar, mas não consigo, estou ocupada demais me impressionando com a sua capacidade de me fazer calar e sorrir sem motivos prévios.
Eu sei que você não é o rapaz perfeito (e está longe de ser, perdão), mas é que eu olho para você e te vejo tão suficiente para mim, tão suficiente para me fazer bem por um dia inteiro sem muito esforço. Aceita as minhas loucuras e meus transtornos obsessivos compulsivos sem nem colocar defeito, aceita meus amigos, minhas músicas bonitas, meu jeito de andar e de amarrar meu cadarço. Você é tão suficiente para mim que chega a me dar náuseas, é tão estranhamente especial que me dá dor de cabeça.
Mentira, mentira mesmo. Só queria me enganar uma vez mais, one more time, e acreditar no abstrato.
Mas é, Jucy, pode ir se acostumando porque é ele mesmo quem vai vagar por dentro de você mesmo quando ele já tiver te dado um adeus vazio e sem explicação alguma, é ele mesmo quem vai corroer seu estômago e ativar a sua Gastrite quando desfilar na sua frente de mãos dadas com outra garota e você ter que cumprimentá-lo como se não fosse ele o dono da sua insônia, como se não fosse ele o dono da sua nostalgia, como se não fosse ele o dono do seu faz de conta. Como se não fosse ele.
Mas já estou me preparando, pode deixar, meu Nobre-coração-destruído-com-a-tempestade, pode deixar que vou fazer o possível para não fracassar dessa vez e ser finalmente mais digna de um silêncio, e parar de deixar você, coração estúpido, mandar em mim e passar a acreditar mais nas súplicas da razão. Que grita e grita no meu ouvido e me ensurdece por uma noite inteira e eu não lhe dou a mínima importância.
Mas bem, já deveria estar bem acostumada com isso, não é a primeira vez e com certeza não é a última, então ainda tenho tempo.
Portanto, meu amor, meu caro amiguinho, meu caro colega.
Só pode sentar nesta cadeira se você for consumir. Só pode se alojar nesse coração se você for segurá-lo com carinho e acariciá-lo quando ele tiver aquelas convulsões de saudades e dores passadas, ele sempre reclama dessa dor e já estou ficando velha (hahaha) para cuidar dele sozinha.
Pois é, é isso. Estou me impondo desta vez, é para se foder.

Então, se quiser me ver esta noite, você sabe onde eu vou estar, dê uma passadinha lá. Se não, aproveite a sua noite como você quiser. Observe eu não me importar. Rum!!!

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