domingo, 30 de março de 2008

Arrancar da cabeça o que está preso no coração? Não dá.

Eu sei que parece fácil para quem chega aqui na santa inocência e começa a ler, acha que eu poderia muito bem abrir a minha porta, sair por ela e de repente mudar todo o meu rumo, a minha direção.
Ou poderia também fechar a porta e não deixar os surtos invadirem meu lar, mas assim eu também não poderia sair e seria uma prisioneira de mim mesma. Prisioneira no mundo que me convidei a entrar e sentar, só não insisti para ficar, fiquei.
Não, meu caro colega, não é assim que funciona, apenas porque:
Eu posso preencher todo o meu espaço vazio de paixões inexplicáveis que duram umas 3 noites (e à beira da morte, diga-se de passagem), posso preencher meu tempo com vídeos, livros, com cochilos. Mas quando eu me encontrar comigo mesma, quando estiver em meu repouso pleno, me recolhendo em meu berço, quando aquele frio me esfriar a cabeça e tirar todo o peso das minhas costas, não vai adiantar! Ele estava ali o tempo todo e fechar os olhos não fará com que ele suma.
Acredite, experiência própria.
Isso não fará com que ele vá embora, então me deixem ficar com os olhos arregalados.
Ele vai pairar sobre todo a minha fumaça negra e vai jogar todo o meu esforço na lata do lixo. Não adianta, ele está preso dentro do coração e eu não vou deixá-lo sair, não vou.
Tenho 17 e neste exatamo momento a minha única idéia fixa em mente é tê-lo ao meu lado, por um tempo que podemos chamar de indeterminado. Em paz, sem prantos.
No entanto, esquecê-lo parece ser (ao meu ver) o mais difícil nisso tudo, o mais complexo de todas as coisas que giram ao meu redor. Eu sei que quando você quer muito uma coisa, quando você deseja com toda a alma, quando antes de dormir você aperta os olhinhos e pede com muita melindre, um dia você alcança. Mas me chame do que achar melhor, ou não me chame se não quiser, não me importo. Tenho consciência absoluta de que sou um tanto quanto estúpida, mas eu não quero esquecê-lo. Nem por um minuto, um instante.
Ele me fez tão bem que lembrá-lo o dia inteiro não é um papel nada aborrecedor, e o que me machuca nisso tudo é só o fato de que quando é noite e eu quero muito dormir, a saudade me ataca como as trevas atacam as florestas mais vastas à meia-noite, e arranca meu sono sem piedade, como as trevas já citadas arrancam a confiança e deixam o medo no lugar.
Dói, dói tão docemente que a minha vontade é de que chegue logo a próxima lua e eu possa sentir de novo.
Uma dor que vai se espalhando pelo corpo, como um Câncer.
E eu vejo o Senhor Amor sucumbir, lentamente. Gritar em um tom quase que ensurdecedor. A ponto de acordar os vizinhos e os vizinhos dos vizinhos, menos a "Ele".
Mas e daí? Aqui dentro está pulsando, eu sinto que estou viva.
E se nada disso doesse, não teria tanta graça.
No mais, espero que isso demore para passar, espero.

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