quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

E me voltou sem os cigarros.

Sete minutos, começou assim.
Sete anos deveriam ser apenas sete dias
Sete anos, sete dias.
Setes dias por semana
Sete manhãs mal acordadas
Sete noites de vinho tinto
Do tipo azedo, que causa enjôo.
Foram sete tardes de filmes tristes
Sete dias de agonia
O telefone que não tocava, a campainha que não gritava
Sete surtos todos os dias
Foram sete dias que duraram sete semanas
Sete homens, sete mulheres
Um de cada para cada um para cada dia
Cumpridos os sete pecados capitais
Sem nenhum arrependimento em nenhuma das sete vezes.
Foram os sete medos afogados nos sete mares
A espera, a espera que nunca acabava
Por sete longos tempos
As sete semanas que duraram sete meses
E no fim de tudo, eram sete doses de Martíni
Sete azeitonas cuspidas na pia
Isso tudo por sete anos
Sete anos compridos, esticados até quase estourar.
Você demorou bastante pra quem disse que ia na esquina comprar cigarros
Mas não adianta, sete anos não são mais sete dias, como era no início
Agora não somos mais Eu e Você, Nós.
Agora sou só eu, e meus sete metros quadrados.

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