sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Eis minhas palavras cuspidas!

Eis aqui a pseudo amada amante [pois sou apenas amante, desculpa, é esse o meu mundinho particular, favor não incomodar], com olhos arregalados esperando o dito cujo tocar aquela maldita campainha dizendo "Posso entrar?" e esperando, é claro, o mundo explodir aqui atrás de mim, pra que eu possa ver da minha janela enquanto me conformo que o tal não-amante não vem me amar, nem tão cedo, nem nunca, nem jamais, nem... nem nem.
Não que eu seja uma boa moça de família, embora não beba, não use drogas e só fume se estiver chovendo [Terra seca, chove desgraça!], no entanto, não é digno me tratar como se eu fosse apenas mais uma na multidão, desculpa, marmanjo, eu não sou.
[Aliás, eu nem sequer gosto de multidão, aquele povo suado se esfregando em mim, rola não. ]
Eis aqui também, minha eterna aflição e decadência pessoal, decadência emocional, eu diria.
(Creio que assim fique menos, bem, como posso dizer? Dramático?)
Escorreguei e caí por cima da minha pose, da minha mania de dizer que eu não amaria nem tão cedo, mania de achar que eu posso conduzir meu coração como eu quero, pôr rédeas.
Não posso, e descobri assim, me enforcando nas tais rédeas.
Todavia, meu jovem, quando tem que acontecer, acontece. Os olhares se flecham, malditos olhares, malditos ternos amantes, eternos amantes e amores não amados, malditos, malditos sejam os filhos do Amor, os discípulos do Amor, malditos sejam os amantes, fiéis enamorados, eternos amados, amantes, complementados, benditos, bendito sejas tu diante de mim, minha paz que me acalenta depois de 1/3 de ácido no juízo, minha dor que me atrofia, meu medo de perder, bendito seja você, o MEU discípulo do Amor, o tal Amor que nunca morre, maldito esse, ou não.
E eis aqui também - só pra encerrar toda essa ladainha - derramado sob meus lindíssimos pés, como águas das ondas que o mar traz, que o mar leva, com a dor das lágrimas que eu já senti cair, o amor que eu sinto por você, amor esse que não balança, não quebra, mas que no vai e vem dessa história, acabou se esbaldando na sola do meu sapato. [Meu sapato caríssimo. TÁXI, por favor!]
Eis aqui TODO o meu amor, que eu faço questão, meu jovem, eu faço QUESTÃO de recolhê-lo, colocá-lo num potinho semi-úmido e assinar embaixo como presente pra você, só para que um dia qualquer, eu disse UM DIA QUALQUER você possa abrir a sua janelinha verde diante de um jardim sem flores e sem o belo sol que eu costumo ver nascer nos meus sonhos, lembre do presente recebido e pense "Ela me amou de verdade, e eu sou um otário que deixei isso se desgastar."
Perdemos, um ao outro, para sempre. Para sempre.

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