terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Ser o que quiser ser, essa é a questão.

- Eu nunca vou usar um salto alto -Eu disse: NUNCA-.
Duas semanas depois, lá estou eu atravessando o salão com um arraso de salto alto com uma tirinha que vai enlaçando a perna e que é realmente maravilhoso e um vestido preto curtíssimo, a la Calvin Klein, unhas bem feitas e meu par de All Star sujo jogado no porta malas do carro. Eu passo por cima das minhas regras, passo mesmo. É bom mudar as coisas, é bom surpreender a mim e a quem não bota um dedo no fogo pela minha mudança de idéia. Agora eu tenho idéias para mudar, então que sejam mudadas, motonia me cansa.
(Se bem que tem coisas que eu não mudaria nem fodendo, mas enfim, não vem ao caso.)
Adoro fazer coisas novas, mudar o cabelo, o tamanho da saia, o perfume que já é reconhecível.
Gosto de ver que cresci, de ver que parei de ouvir Nirvana o dia inteiro só porque achei o nome bonito quando passou na MTV, gosto de saber que as coisas evoluem e que eu posso evoluir junto e ficar parada no tempo é burrice da minha parte.
Passei a fazer as coisas que eu gosto, que eu quero fazer, independente dos rótulos, da sociedade idiota que me rodeia e é claro que independente dos olhares assassinos e das bocas que me difamam e "no fundo querem me beijar".
Não faço questão de um salto alto, mas ele não me incomoda, então no casamento da minha amiga eu vou abandonar meu All Star novamente. E abandonarei sempre que eu quiser, sempre que eu estiver com vontade e ponto. Será que os outros adolescentes roqueiros vão se incomodar? Por ver que alguém por aqui está deixando a babaquice de "Não sou 'filhinha-de-papai'" de lado e resolveu ser o que quer ser e não o que os outros querem que seja?
Mas, me poupe! Que tipo de gente hoje em dia quer ser sempre o mesmo? O tempo inteiro?
Você não pode mais chegar numa loja e pedir "um par de Havaianas", todas as coisas têm várias coisas parecidas e que você se atrai por uma delas, ou duas, talvez mais. Então porque não mudar uma vez, outra vez?
Não é um salto alto novo, nem a marca do aparelho celular e nem aquela etiqueta maior que o short jeans com o nome GASOLINE que denomina a personalidade de cada um, você pode usar um biquíni e isso não fará de você uma pessoa sacana.
E quanto aos comentários caluniosos que rodam pelas bandejas da festa, eu não ligo.
Eu valho mais que todas essas picuinhas de aborrecentes.

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