
Me perco no sono que você me tira todas as noites, nos sonhos mortos e nos surtos tortos que eu tenho ao amanhecer. Quando o sol acorda e ninguém vê.
Me perco no mundo, me perco em você.
Me perco na dor que mais machuca, que é a que acompanha o vazio que fica quando você sai.
Me perco no meu quarto, nos meus quadros, no meu subconsciente, nas discussões e nas maiores decepções que não decepcionam tanto assim.
Na palavra que antecede a lágrima, no sorriso que precede a flor.
E quando eu vejo que sou só mais uma na multidão que lhe rodeia, o amor lânguido que me trava os dentes vai se ramificando até não ter mais pra aonde ir e acaba.
Acaba por um segundo ou dois, mas acaba. Avanço, descanso.
Agora eu posso respirar.
E que você não me apareça mais esta noite, deixe-me em paz.
Abandone meus fantasmas, abandone meus pesadelos, abandone todos os fios que ligam você a mim.
Abandone isso tudo e não me deixe sufocar, não me deixe agoniar em plena noite de segunda-feira, amanhã preciso acordar cedo e não quero adormecer e morrer com você, de novo não.
Deixe eu me perder e me encontrar no seu caminho, mas só quando você finalmente estiver sozinho.
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