segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Solitariamente Acompanhada.



Existe alguém aqui dentro que eu quero que morra hoje, amanhã, ou depois de amanhã, tanto faz.
Só quero que morra e finalmente tire toda essa impaciência que gruda os pulmões e me deixa sem ar.
Existe um alguém que me deixa confusa quando o assunto é “Amor”, alguém que me tira do sério, alguém que não conheço e prefiro ficar sem conhecer.
Aqui dentro, dentro de mim existe alguém sem sorrisos, nem samba no pé e muito menos toda aquela cultura invejável.
Um alguém que eu quero que morra quando você chegar, quando você voltar, quando você não mais aparecer na minha vida.
E quanto a você, eu quero que quando ver os pedaços do meu coração espalhados pelo chão, não chute como uma pedrinha no meio do caminho, ele está em pedaços, mas ainda está completo...
Existe alguém aqui dentro que quero honestamente que me leve junto ao túmulo, e escreva na lápide a mais linda frase de Amor ou de Morte que algum bom poeta tenha escrito em um de seus surtos de dor e relevância da vontade de morrer. Irrelevância da vontade de viver. Convido-lhe a entrar no meu inferno, o meu inferninho particular. E lá dentro você terá companhia, alguém que está aqui dentro e não quer mais me largar. Não me largue.
E esse alguém aqui dentro não quer mais te ver, não quer mais te tocar e nem ter a certeza que você vai passar como águas do mar morto. Esse alguém
não quer te querer, não mais.
E se esse alguém quiser tomar as minhas dores e me jogar num lago fundo, não sairei.
Se esse alguém quiser matar minha agonia e frustração e me jogar no fundo do poço, eu torcerei para não te encontrar.
Esse alguém me pede, mas não dá, eu “amo” você. E eu quero que você tire estas aspas. E eu quero mais que esse alguém morra.
E me leve junto ao túmulo, e escreva na lápide a mais linda frase de Amor ou de Morte. Me evite.
No mais, isso passa.

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